Consumismo aprisiona as pessoas

Denuncia de Carvalho da Silva num colóquio sobre a «Caritas in Veritate», de Bento XVI

No pós 25 de Abril, o sindicalista Manuel Carvalho da Silva não encontra “uma situação tão difícil como a que vivemos” porque “as promessas feitas não estão a ser cumpridas” – lamentou esta tarde (20 de Novembro) num debate promovido pela Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP).

«O desafio da mudança urgente – caridade, verdade e uma encíclica» foi o tema central que reuniu na Universidade Católica Portuguesa centenas de participantes para reflectir sobre a última encíclica de Bento XVI, «Caritas in Veritate».

Manuel Carvalho da Silva afirmou que a crise “não é um vírus”, mas tem origem no homem. Com formação no espaço da Igreja Católica, o Secretário-geral da CGTP-IN sublinha que a encíclica de Bento XVI coloca desafios, “como a abertura à esperança”, todavia “não arrisca tanto como gostava”. O “rechaçar dos relativismos” está patente no documento papal.

Em Portugal, transformou-se “o consumismo em sinónimo de moderno”. E acrescenta: “isto é uma mentira total e um aprisionamento das pessoas”. Os accionistas em nome da crise estão “a apropriar-se dos lucros sem investir” – lamenta Carvalho da Silva.

Ao olhar para os tempos actuais e para a crise profunda que assola o país, o sindicalista sublinha que “precariedade do trabalho é uma doença grave e provoca ainda mais desemprego”.

A sociedade está “carregada de individualismo”, mas o trabalhador é cidadão e “não o pode deixar de ser”. “Os desvios e corrupção existem no sector público e privado” – denunciou.

“Para onde caminhamos em relação aos Direitos Fundamentais?” – questionou Carvalho da Silva. “Construir uma governação com ética” é uma obrigatoriedade proposta por Carvalho da Silva.

Ao falar da inovação social, o Secretário-geral da CGTP-IN salienta que quando se aborda o tema da inovação faz-se uma “abordagem superficial e relaciona-se logo com a inovação tecnológica”. No entanto a inovação não é “apenas isso”. No entanto reconhece que a “inovação social é trabalhosa”. 

Partilhar:
Scroll to Top