Coimbra: Diocese apresenta Sínodo dos Jovens que quer «escutar todos»

Projeto tem a duração estimada de cerca de três anos e vai passar por oito fases

Coimbra, 15 out 2024 (Ecclesia) – O Sínodo dos Jovens da Diocese de Coimbra foi apresentado este domingo, no Murphy’s Irish Pub Coimbra, com a missão de sentir o pulso de todas as paróquias da diocese em “prol de uma Igreja melhor e mais inclusiva”, informou o serviço da Juventude.

“Devemos decidir em conjunto o que queremos da Igreja, devemos escutar todos aqueles que caminham na Igreja, perceber os desafios e obstáculos, e, para isso, recolher informações de quem faz parte da Igreja”, explicou o coordenador do projeto, Francisco Malva, de 23 anos, num comunicado enviado à Agência Ecclesia.

Segundo o responsável, com a consciência de que muitos foram os jovens que se foram afastando da Igreja nos últimos anos, considerando que ela não é atrativa, o Sínodo dos Jovens pretende encontrar caminhos para reaproximar os que se “perderam”.

Com a criação do Sínodo dos Jovens, que “faz parte da proposta de atualização da Igreja depois do Concílio Vaticano II”, salientou Francisco Malva, ao longo dos próximos três anos, a Diocese de Coimbra vai guiar-se pelo lema “Caminhar em conjunto”.

O caminho de formação do projeto iniciou-se no verão deste ano, aquando do convite lançado a cerca de 20 jovens para integrarem o Sínodo dos Jovens, sob a coordenação de Francisco Malva e Maria Luísa Mansilha, de 20 anos.

O projeto, com a duração estimada de três anos, é constituído por oito fases, sendo que a primeira tem como objetivo a criação de “um documento explicativo do que é o Sínodo, a respetiva pertinência, etapas, momentos-chave, equipa, enquadramento no plano pastoral e Jornada Mundial da Juventude 2023, enquadramento no questionário já existente sobre os cristãos praticantes”.

A escuta vai marcar a segunda fase do projeto, em que se pretende “ouvir as alegrias, preocupações, dificuldades dos jovens, o que os move, porque vão à Missa, porque se mantêm na fé, como é a relação com a religião e o que Deus lhes dá, criar questionários por unidades pastorais, envolver e comprometer na resposta a estas questões”.

Na terceira etapa vai proceder-se à elaboração de um primeiro documento síntese das respostas recolhidas na fase anterior e a quarta parte vai implicar a “organização de assembleias locais, em que se pretende ler e comentar a primeira síntese das informações recolhidas”.

A elaboração da segunda síntese, decorrente da análise e discussão resultantes das assembleias promovidas na etapa anterior, acontece na quinta etapa; por sua vez, na sexta fase tem lugar a organização da Assembleia de Jovens Líderes, “em que se pretende fazer a análise e discussão da segunda síntese elaborada e definir 10 desafios concretos para a diocese”.

Serviço Diocesano da Juventude – Coimbra

Esta assembleia vai ser presidida pelo bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes, e equipa do Sínodo dos Jovens, e vai contar com a participação de jovens líderes (cinco por arciprestado), padres, animadores, paróquias e movimentos.

Na sétima fase vai acontecer um momento celebrativo, onde será apresentado o documento final e entrega à Diocese de Coimbra dos 10 desafios estabelecidos, decorrendo uma votação final.

A oitava e última etapa vai consistir no acompanhamento nas paróquias da Diocese de Coimbra por parte do Serviço Diocesano da Juventude, através dos Serviços Locais da Juventude (SLJ), da concretização dos desafios propostos.

No evento, depois de expostas “as linhas mestras do projeto”, teve lugar a apresentação do logótipo do Sínodo dos Jovens, que reúne três símbolos que pretendem traduzir de forma simples o significado do projeto: a cruz, o caminho e sinodalidade e a unidade e inclusão.

A tarde foi marcada pela escuta de momentos musicais, escuta de testemunhos da vivência da fé cristã na vida de um médico, de um casal cristão, e de uma jovem estudante e foi ainda expressa a ideia à comunidade presente que “todos, todos, todos” são chamados a dar opinião e sugestões para fazer da Igreja um espaço que ama a todos por igual, “sem maquilhagens”, tal como referiu o Papa Francisco no âmbito da JMJ Lisboa 2023, refere o Serviço Diocesano da Juventude.

LJ

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