Coimbra: Bispo dedicou gesto do «lava-pés» a alunos universitários mais carenciados

«Não podemos permitir que haja jovens estudantes sem carinho, sem presente nem futuro», alertou D. Virgílio Antunes

Foto: Diocese de Coimbra

Coimbra, 19 abr 2019 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra lavou os pés a 12 estudantes universitários, durante a missa da Ceia do Senhor, e alertou para as dificuldades económicas e sociais que tocam hoje muitos jovens que procuram concluir os seus estudos.

“Não podemos permitir que, em Coimbra, haja jovens estudantes sem carinho, sem presente nem futuro ou deixados de lado por não terem nascido num berço dourado ou por se terem deixado perder nas malhas enredadas da vida”, salientou D. Virgílio Antunes, na homilia da celebração, esta Quinta-Feira Santa à noite, na Sé Nova de Coimbra.

Recentemente a Diocese de Coimbra anunciara a sua decisão de reservar a renúncia quaresmal deste ano para o apoio ao Fundo Solidário do Instituto Universitário ‘Justiça e Paz’ de Coimbra.

Um projeto que, nos últimos 9 anos, já prestou apoio a mais de 600 alunos mais desfavorecidos na região, com cerca de 200 mil euros.

Ao lavar os pés a 12 estudantes universitários, o bispo de Coimbra quis reforçar a importância de continuar hoje a praticar o gesto que Jesus Cristo fez há dois mil anos aos seus discípulos, durante a Última Ceia.

Um “sinal concreto” de “caridade” e “de amor e serviço” – explicitou D. Virgílio Antunes – que deve continuar a ser levado a todos os que precisam, e neste caso concreto, a estes jovens que passam por dificuldades.

Estudantes portugueses e estrangeiros, deslocados das suas terras, que não conseguem responder a todas as despesas, de alojamento e propinas, que passam fome e estão completamente desprotegidos em termos sociais.

“Os jovens são também pessoas vulneráveis, apesar da vitalidade que os anima; são também pessoas pobres, apesar da grandeza dos seus sonhos; são também irmãos para quem devemos olhar com misericórdia, pois enfrentam enormes desilusões”, salientou o bispo de Coimbra, que pediu uma comunidade mais “atenta às suas pessoas e anseios”, e recordou que “todos são iguais em dignidade e devem ter as mesmas oportunidades na vida”.

“Enquanto Igreja Diocesana de Coimbra, manifestamos a nossa disponibilidade para estar no terreno, na atenção a todos e a cada um. As nossas instituições, serviços e movimentos procurarão alargar a sua ação, simplesmente por amor aos jovens”, assinalou.

JCP

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