Bragança-Miranda: Comissão Diocesana Justiça e Paz considera «oportuna e necessária» uma revisão dos impostos «sobre as grandes fortunas»

Organismo católico afirma que é preciso «aumentar recursos para distribuir mais solidariedade»

Foto: Lusa

Bragança, 28 jul 2020 (Ecclesia) – A Comissão Justiça e Paz da Diocese de Bragança-Miranda defendeu a necessidade de “aumentar os recursos para distribuir mais solidariedade”, propondo um aumento dos impostos sobre “grandes fortunas”, na resposta à pandemia.

“Uma das formas de aumentar [os recursos] é a contribuição individual para as organizações que ajudam e assistem e ainda o aumento temporário dos impostos sobre as grandes fortunas e sobre as empresas que lucram mais com a pandemia”, lê-se na nota ‘Juntos, resistiremos e aumentaremos a esperança’, enviada à Agência ECCLESIA.

A Comissão sustenta que “os que tiveram sorte devem ajudar mais, nesta fase de carência, sendo mais generosos”.

A nota apresenta seis pontos, após reunião de análise à “situação social no espaço do Distrito/Diocese” de Bragança e lamenta o desemprego, “sobretudo quando afeta os dois cônjuges”, deixando todos os membros das famílias “numa situação dificílima face às poucas ajudas da Segurança Social”.

O organismo católico alerta os agentes políticos e a Sociedade Civil para “a insuficiência do apoio adicional de 10% sobre os subsídios atribuídos aos membros destas famílias face à situação de grande carência em que vivem”.

A todos os membros ativos da sociedade Civil é pedido um “maior empenho” nas ajudas às organizações que “ajudam os mais vulneráveis”, e também “ações e colaborações de voluntariado”.

No documento existe também o apelo para uma “melhoria da legislação sobre a economia protetora do ambiente natural” para que a “mãe-Terra, casa comum de todos nós”, seja mais protegida e “mais amada”.

Neste âmbito, a Comissão Justiça e Paz da Diocese de Bragança-Miranda repudia “ainda a pesca de arrasto por eletrocussão, que agrava a destruição de todas as espécies”.

O organismo, presidido pelo sociólogo Henrique Ferreira, destaca que “as portuguesas e os portugueses” – crianças, adolescentes e jovens incluídos -, deram provas de “grande resiliência, solidariedade e criatividade perante a provação”.

“Demonstraram que um povo é muito mais que a soma de pessoas, sendo uma consciência moral, ética e cívica dos valores da solidariedade e da ação comum que, neste caso da pandemia, estiveram e devem estar sempre a orientar-nos”, desenvolve o documento, divulgado pelo Secretariado das Comunicações Sociais da Diocese de Bragança-Miranda.

A nota, publicada no sítio online da Igreja Católica no nordeste de Portugal, começa por congratular-se com o “reconhecimento público e institucional da dedicação, por vezes missionária, do humanismo e do zelo” dos profissionais da linha da frente, em relação à pandemia da Covid-19.

CB/OC

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