Braga: Símbolos da JMJ levaram a festa a Terras de Bouro (c/fotos)

Santuário de São Bento da Porta Aberta, no Parque Natural da Peneda-Gerês, foi local de acolhimento da Cruz e Ícone mariano

Terras de Bouro, 14 fev 2023 (Ecclesia) – As paróquias e as comunidades de Terras de Bouro, na Arquidiocese de Braga, receberam os dois símbolos da Jornada Mundial da Juventude, entre sábado e segunda-feira, com um programa de celebração e visita a várias instituições.

“A adesão, dentro da nossa realidade, tem sido boa. Estamos a falar de um arciprestado pequeno, de um concelho pequeno, à volta de seis mil pessoas, com uma população muito envelhecida. Os poucos jovens têm-se empenhado, têm estado a fazer um caminho já de preparação para as jornadas e estão a envolver-se neste momento que é muito importante que é a visita dos símbolos ao nosso arciprestado”, disse o padre Almerindo Costa, arcipreste de Terras de Bouro, em declarações à Agência ECCLESIA.

O Arciprestado de Terras de Bouro recebeu a peregrinação dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) – a cruz e o  Cruz e o Ícone de Nossa Senhora ‘Salus Populi Romani’ – e preparou um programa de celebração, oração e vigília, e visita a instituições, como o município local, os Bombeiros e a GNR, IPSS e a escola local.

“Convidamos todas as instituições do arciprestado – rancho, banda musical, bombeiros, Cruz Vermelha – e toda a gente disse que sim. Uma adesão incrível das instituições locais, o que mostra que as Jornadas e os símbolos estão a mover, a tocar e que cativam, São cativantes não só para os jovens, mas para os menos jovens, para os adultos e para toda a gente”, disse José Miguel Silva, coordenador Comité Organizador Arciprestal (COA) de Terras de Bouro.

À Agência ECCLESIA, o jovem de 24 anos explica que como tiveram “a sorte e o privilégio” de ter os dois símbolos a um domingo, um fim de semana, conseguiram “mobilizar todas as paróquias para dois centros” e todas as pessoas foram convidadas a participar na Missa no Santuário de São Bento da Porta Aberta e na vila de Terras de Bouro.

Se já em fevereiro estão a tocar assim, de facto, em agosto, vai ser algo maravilhoso de se viver e com frutos que queremos que sejam desta união de toda a gente, de partilha da nossa cultura, das nossas raízes, que ficam para a frente: A capacidade de nos juntarmos todos e fazer as coisas em conjunto” – José Miguel Silva.

Segundo o coordenador do COA Terras de Bouro, os símbolos da JMJ irem aos dois grupos de jovens que têm “marca muito, é muito pessoal e muito próximo”.

“É uma experiência única, que se vive uma vez na vida. Estou muito contente por poder fazê-lo aqui na nossa terra, em Terras de Bouro, no nosso concelho. É uma coisa que só quem está cá sente”, disse Gabriel Fernandes, de 15 anos, do Grupo de Jovens do Souto.

Já Eduarda Loureiro, do Grupo de Jovens de Rio Caldo, explica que os sete elementos “não eram muito unidos” mas a JMJ “veio trazer uma união enorme e tem sido incrível”, e estar com a Cruz e o ícone de Maria “é, sem dúvida, uma responsabilidade enorme” e estão “todos a adorar”.

“É muito gratificante; é uma coisa que parece muito distante mas rapidamente se tornou próximo e viver isto, com tantos jovens, daqui, da comunidade, torna-nos muito mais unidos. Estamos a ter contacto com pessoas que não tínhamos há muito tempo e realmente é muito bom saber que há mais pessoas como nós que se dedicam tanto à fé e a fazer com que isto tudo seja possível”, desenvolveu Alexandra Sousa, do Grupo de Jovens do Souto

Os jovens foram buscar os símbolos ao Santuário de Nossa Senhora da Abadia, ao Arciprestado de Amares, que transportados pelos bombeiros, os levaram em peregrinação para a Vila do Gerês, onde rezaram o terço, na noite de sábado, antes de serem entregues à clausura das Monjas Cistercienses de Rio Caldo.

“Recebemos os símbolos esta noite e não nos deitamos cinco minutos. Estivemos toda a noite em oração e vigília, com algumas pessoas amigas, e rezamos por todos aqueles que não rezam, por todos aqueles que sofrem, por todas as alegrias e sofrimentos do mundo inteiro”, disse a responsável da comunidade de três religiosas.

A irmã Maria da Conceição afirmou que “foi uma alegria imensa” esta presença da Cruz e do ícone mariano com as Monjas Cistercienses, e recordou que já tinha estado com a Cruz nas Jornadas de 1985, em Roma, e “andar outra vez com a cruz foi uma alegria”.

“Senti-me jovem de novo”, disse a religiosa em declarações à Agência ECCLESIA.

Foto: Agência ECCLESIA/CB

O Santuário de São Bento da Porta Aberta recebeu os dois símbolos este domingo e, antes da Missa, a festa, a alegria, os cantares e tradições do Minho estiveram presentes pelo Rancho Folclórico de Paradela – Valdozende.

“Queremos que os jovens também aprendam com esse eterno jovem que é São Bento a viver com alegria a sua fé, a viver com juventude a sua fé, e seja com 80, com 8 ou com 20, todos nós temos que ser alegres, felizes, jovens na fé”, destacou o reitor do santuário.

O padre António Lopes disse que querem que todos “fiquem tocados” pela presença dos símbolos, de Maria e da cruz: “A cruz que é sinal mais, é sinal de vida, e no meio deste mundo em que tanto se fala de mortes temos de ser sinais de vida, sinais mais”.

O bispo auxiliar de Braga salientou que já desafiaram e disseram a D. Américo Aguiar, presidente da Fundação Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, que Braga “vai invadir Lisboa com esta moldura humana de juventude cheia de vida, cheia de alegria”, que sabe “qual é o significado da cruz, e o que a cruz traz por detrás de si”

“Vida, alegria, paz e justiça. É isso que queremos construir, a fraternidade neste nosso país, no nosso mundo”, acrescentou D. Delfim Gomes.

À Agência ECCLESIA, afirmou que toda aquela “alegria é contagiante, está cada vez a ser mais contagiante” com os jovens, e “está a ser empolgante”.

D. Américo Aguiar presidiu à Eucaristia na cripta de São Bento da Porta Aberta e, no final da celebração, ofereceu o seu solidéu e o anel episcopal reitor do santuário do segundo maior santuário de Portugal, que está inserido no Parque Natural da Peneda-Gerês, em Rio Caldo.

Os dois símbolos saíram do santuário dedicado ao patrono da Europa (São Bento) para a Vila de Terras de Bouro, acompanhados pelos motards do Clube Serra do Gerês, onde passaram por diversas comunidades, pela Barragem de Vilarinho da Furna, até serem recebidos no largo da Câmara Municipal, pelo executivo, e a música da Fanfarra dos Escuteiros da Moimenta, o Rancho Folclórico de Valdreu e a Banda Musical de Carvalheira.

O presidente do Município de Terras de Bouro destacou que a juventude e a JMJ 2023, mesmo sendo em Lisboa, de 1 a 6 de agosto, “acarretam uma dinâmica importantíssima através do país”, e neste concelho os seus jovens também participam.

“Ao receber os símbolos toda a Câmara Municipal, todas as entidades, todas as instituições. Toda a comunidade ao envolver-se está-se também a comprometer com a fé e com aquilo que pretendemos para o futuro”, disse Manuel Tibo à Agência ECCLESIA.

As edições internacionais da JMJ são um acontecimento religioso e cultural que reúne centenas de milhares de jovens de todo o mundo, durante cerca de uma semana; na semana anterior realizam-se os ‘Dias nas Dioceses’, em Portugal são de 26 a 31 de julho, em 17 dioceses.

CB/OC

 

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