Braga: Arcebispo presidiu a Peregrinação Arquidiocesana ao Sameiro, sublinhando importância de «escutar»

«A vida toda é um caminho, é uma peregrinação, a grande diferença é se é com Cristo ou é sem ele» – D. José Cordeiro

Foto: Santuário do Sameiro

Braga, 07 jun 2022 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga presidiu este domingo à Peregrinação Arquidiocesana ao Sameiro, que mobilizou todas as paróquias locais, destacando a importância de “escutar”, numa alusão ao atual processo sinodal que decorre na Igreja, por iniciativa do Papa.

“Peregrinar a pé como fizemos é peregrinar com o corpo todo, com todos os sentidos, e é sobretudo escutar: Escutar a Deus, escutar os outros, escutar o próprio coração, escutar a natureza, a criação, escutar as ruas da cidade, as casas, os lugares onde habitamos, o nosso quotidiano”, disse D. José Cordeiro, na homilia da Missa transmitida online.

A Peregrinação Arquidiocesana ao Sameiro começou na Sé de Braga e o arcebispo, que também percorreu este percurso, na primeira vez a que presidiu a esta celebração.

O responsável católico sublinhou que os participantes saíram “na companhia da mãe”, a imagem de Nossa Senhora da Conceição que “é coroada com o Espírito Santo”, evocando assim a celebração da solenidade de Pentecostes.

Esta festa litúrgica evoca a efusão do Espírito Santo, terceira pessoa da Santíssima Trindade, e encerra o tempo pascal no calendário católico, 50 dias depois da Páscoa.

O arcebispo de Braga convidou os participantes a ser, “antes de mais, capazes de escutar o Espírito Santo”, até mesmo antes de se escutarem uns aos outros, e “escutar o grito dos que sofrem, dos que precisam de ajuda”.

“E alguns, se calhar, sem poderem gritar, mas que esperam o nosso olhar atento, o nosso ouvido do coração”, realçou.

D. José Cordeiro assinalou que a vida toda é um caminho, é uma peregrinação, e “a grande diferença” é se a fazem “com Cristo ou é sem ele”, se vão juntos ou sozinhos, “cada um com os seus interesses, ou então convergentes para o bem comum”, como esta peregrinação os “faz sentir”.

Nesta iniciativa, interrompida nos últimos dois anos por causa da pandemia Covid-19, participaram as 551 paróquias da Arquidiocese de Braga, que pertencem a 14 arciprestados (conjunto de paróquias).

O responsável católico assinalou que na arquidiocese se realizam muitas peregrinações e que já participou nalgumas, realçando que “todas, de certa maneira, têm a sua matriz na Peregrinação do Sameiro”.

“Esta peregrinação é como uma escola do seguimento de Cristo com Maria, na oração, no cântico, no silêncio, na escuta, para que possamos ser, verdadeira e autenticamente, uma Igreja sinodal samaritana”, explicou.

“Esta imagem não é uma estátua de madeira apenas por mais bela que seja, é muito mais do que isso, remete-nos para algo invisível e algo imaterial”, acrescentou.

A Arquidiocese de Braga vai realizar a sua Assembleia Sinodal no dia 14 deste mês, às 21h00, no Espaço Vita daquela cidade.

O arcebispo primaz, que fará a intervenção de abertura, referiu que no Conselho Pastoral Arquidiocesano disseram que, segundo os grupos sinodais, “há uma dívida de escuta na Igreja”, e as peregrinações são momento de escuta.

CB/OC

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