Aveiro: Diocese encerra ciclo de conferências jubilares apontando a desafios de renovação (c/vídeo)

Encontro contou com D. António Moiteiro, Isabel Capeloa Gil e o padre José Miguel Fraga Cardoso

 

Ílhavo, 15 abr 2024 (Ecclesia) – A Diocese de Aveiro promoveu esta sexta-feira a última conferência jubilar, dos 600 anos da sua catedral, apontando aos desafios do futuro para a Igreja e a sociedade.

D. António Moiteiro, bispo diocesano, convidou os presentes a “não ter medo de arriscar, quando se trata de fazer opções pastorais”.

O encontro, com transmissão online, teve como tema ‘Futuro da Igreja ou que Igreja de futuro’, tendo decorrido no auditório do Museu Marítimo de Ílhavo.

O bispo de Aveiro sublinhou que uma “renovação” da Igreja só pode chegar a todos se for “assumida por todos”.

“Se queremos uma Igreja de futuro não podemos continuar situados no passado”, acrescentou D. António Moiteiro.

O encontro contou com a intervenção de Isabel Capeloa Gil, reitora da Universidade Católica Portuguesa, que destacou o papel da formação das novas gerações par ao futuro da Igreja.

“Se, através da ação das escolas e das Universidades Católicas, conseguirmos contribuir para que uma sociedade mais justa, mais inclusiva, mais centrada nas pessoas possa ser atingida, se fizermos esse caminho, estamos a contribuir para um futuro de boa nova para a Igreja”, assinalou a responsável.

Isabel Capeloa Gil apontou quatro “dimensões estruturantes” da atualidade, “a volatilidade, a incerteza, a complexidade e a ambiguidade”, que desafiam as universidades católicas.

A reitora da UCP considera que estas instituições devem estar “na linha da frente daquilo que é a investigação, ao mesmo tempo sem esquecer o seu papel de promoção da formação espiritual”.

“Este novo humanismo assenta na formação de jovens que tenham uma capacidade de saber analisar, compreender, discernir, selecionar”, acrescentou.

A conferência foi inaugurada pelo padre José Miguel Fraga Cardoso, do Dicastério para a Cultura e Educação (Santa Sé), o qual destacou que a Igreja Católica “foi mudando ao longo dos séculos”, apresentando um percurso em cinco grandes etapas, até hoje.

“Muitas vezes caímos no erro de querer repetir modelos do passado, mas que hoje não funcionam porque o mundo mudou, isto é, temos de aprender com o passado, mas também saber discernir o futuro, aquilo que somos”, acrescentou o sacerdote português.

O responsável apelou à “caridade para com as periferias”, com uma presença das comunidades católicas junto dos “pobres, os últimos, os frágeis, os esquecidos”.

O Ciclo de Conferências deste Ano Jubilar começou com uma intervenção sobre ‘O contexto eclesial do século XV e os desafios que trouxe à Igreja”, por D. Carlos Azevedo, bispo português delegado do Comité Pontifício para as Ciências Históricas da Santa Sé; a segunda teve como tema ‘A paz e o diálogo entre culturas e religiões. Desafios actuais para a Europa e para Portugal’, e interveniente o presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), Pedro Vaz Patto.

No dia 13 de maio de 2023, a Diocese de Aveiro celebrou os 600 anos do lançamento da primeira pedra da igreja que hoje é a sua catedral, a igreja do Mosteiro de Nossa Senhora da Misericórdia, ou de São Domingos.

O Papa Pio XI restaurou a Diocese de Aveiro, com a bula Omnium Ecclesiarum, de 24 de agosto de 1938, e, no dia 11 de dezembro do mesmo ano, D. João Evangelista de Lima Vidal “executou essa bula papal”, a igreja do Convento dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia de Aveiro, que já era igreja matriz da Paróquia de Nossa Senhora da Glória, passou também a ser a Catedral da diocese.

‘Igreja de Aveiro, peregrina na esperança’, é o lema que vai “marcar o ritmo” da Diocese de Aveiro nos três próximos anos, de 2024 a 2027.

A abertura oficial do ano pastoral 2023-2024, o ano 0, na Diocese de Aveiro realizou-se no dia 5 de outubro, um “ano de celebração e festa, um ano jubilar, que tem o seu centro na celebração dos 600 anos da Catedral”, explicou o bispo diocesano, D. António Moiteiro.

CB/OC

 

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