Aveiro: Cáritas Diocesana aponta como principal desafio a «integração e apoio aos mais desfavorecidos»

«A integração é que nos interessa, melhorar o mundo, melhorar as pessoas» – João Barbosa

Foto: Agência ECCLESIA/CB

Aveiro, 22 set 2023 (Ecclesia) – O presidente da Cáritas Diocesana de Aveiro disse que a instituição católica tem recebido um maior número de pedidos de ajuda, com algumas situações “chocantes”, assumindo a intenção de apresentar novos projetos ao Governo.

“Hoje, aparece uma franja de pobreza especial que é um casal de média idade, os dois com emprego e colocação, bem arranjadinhos, limpinhos, e não têm dinheiro para uns óculos para o filho, para o dentista. É uma franja de pobreza que está a aparecer muito, a mim choca-me”, disse João Barbosa, em declarações à Agência ECCLESIA, durante a Semana de Formação da rede nacional Cáritas.

“O nosso desfio principal é a integração e é o apoio aos mais desfavorecidos. O que nos interessa é olhar e dizer: “o que é que podemos fazer em termos de futuro deste homem?”, acrescenta.

A Cáritas Diocesana de Aveiro tem diversas valências de apoio e auxílio à sociedade: À infância – centro de acolhimento temporário, creche e pré-escolar – à família e à comunidade – atendimento/acompanhamento social, banco de ajudas técnicas – às pessoas em situação de sem abrigo – um centro de atendimento temporário -, às pessoas vítimas de violência doméstica – um núcleo de atendimento para o distrito de Aveiro -, projetos de intervenção social, ação social nas paróquias, voluntariado e campanhas.

“A integração é que nos interessa, melhorar o mundo, melhorar as pessoas”, afirma João Barbosa.

O presidente da Cáritas Diocesana de Aveiro adianta, para o futuro, que querem fazer a candidatura de dois projetos – “baseados na violência doméstica e na proteção aos mais desfavorecidos, ao atendimento social” – aos apoios anunciados pelo Governo, “de 13 milhões e meio para novas candidaturas”, vamos fazer candidatura de dois projetos.

João Barbosa lamenta a resposta demorada, “geralmente de um ano”, quando apresentam um orçamento porque “quando é aprovado já está desatualizado”

Nós não nos sentimos devidamente apoiados porque como é natural, nós compreendemos, que a carestia de vida e a inflação são a realidade e compreendemos que o nosso Governo não tenha a possibilidade de fazer o acerto sistematicamente”.

Foto: Agência ECCLESIA/CB

O entrevistado sublinha que a “preocupação” da instituição “é integrar, formar”, e assinala que há pessoa em situação de sem abrigo “com vontade de trabalhar, de aprender, uma situação que as instituições devem ter atenção”, e, no contexto da violência doméstica, explica que têm “uma valência com 11 homens, a única casa em Portugal”, que está constantemente lotada com “homens vítimas de violência doméstica física e psicológica”.

Segundo o presidente da Cáritas Diocesana “em Aveiro o orçamento para a ação social é menor”, mas destaca que na cidade “há boa vontade do município”, têm delegações de competências, mas quando estavam “a cargo da Segurança Social estavam melhor”.

“Tenho acompanhado a evolução do PRR, o pilar que tem menos é a ação social, e não está a ser cumprido ou estávamos em melhor situação financeira. O PRR vai muito lento e o pilar da ação social é o mais pequeno e pouco”, alertou.

A cidade de Aveiro acolhe, desde terça-feira, a 5ª Semana de Formação Cáritas, que termina hoje, com o tema ‘Inovação e Sustentabilidade’, promovida pela Cáritas Portuguesa com o apoio da Cáritas Diocesana aveirense.

João Barbosa observa que a “formação é essencial” e tem de ser contínua, “tem de ser renovadora e inovadora”, e, neste contexto concreto, têm contacto com técnicos e com experiências de todo o país, aprendem e há “um intercâmbio grande de ideias e convívio bastante alargado”.

CB/OC

 

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