«Queremos que ela seja este lugar onde a espera por novos céus e nova terra encontre resposta» – D. Alexandre Palma
Lisboa, 06 jan 2025 (Ecclesia) – D. Alexandre Palma presidiu à abertura da igreja de Nossa Senhora de Fátima como ‘Igreja Jubilar’ da cidade de Lisboa, e afirmou que querem que “seja lugar onde a espera por novos céus e nova terra encontre resposta”.
“Abrimos hoje esta igreja ao Jubileu da esperança. Queremos que ela seja este lugar onde a espera por novos céus e nova terra encontre resposta. Queremos, sobretudo, ser este lugar em que habite a justiça, tradução no aqui do mundo do ainda não da história”, disse o bispo auxiliar de Lisboa, na reflexão da oração de vésperas, antes da Missa de abertura da ‘Igreja Jubilar’, publicada no sítio na internet do Patriarcado de Lisboa.
A igreja da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima foi aberta como ‘Igreja Jubilar’ para a cidade de Lisboa, este domingo, dia 5 de janeiro, após o início do Ano Santo 2025 no Patriarcado de Lisboa, o Jubileu da Esperança, no dia 28 de dezembro de 2024.
“Queremos ser, na nossa querida cidade de Lisboa, expressão daquela outra cidade santa, a nova Jerusalém que desce do céu de junto de Deus. Queremos abrir nos desertos da vida um jardim onde a semente da esperança possa florescer e, segundo a regra do Evangelho, «dar muito fruto», acrescentou D. Alexandre Palma.
O bispo auxiliar de Lisboa destacou que a ‘Igreja Jubilar’ de Nossa Senhora de Fátima será verdadeiramente “lugar de esperança” se for também “um lugar de fé e de caridade”, um lugar onde a esperança se acolhe e aprofunda na oração, “se projeta no testemunho e na paixão pela justiça do Reino”.
O presidente da celebração observou que, hoje, se interrogam, “com frequência”, sobre os caminhos que são chamados a percorrer no “testemunho do Evangelho” – “como o fazer; em quê insistir; por onde começar” -, e recorda que no início deste século, como resultado de reflexão sinodal, o Papa João Paulo II “identificava uma «crise de esperança»” na Europa, o que era uma “indicação profética” do caminho evangelizador a percorrer.
“Não fomos nem somos nós que construímos a esperança, mesmo que dela nos façamos ativos peregrinos. Foi Deus que nos criou para aquilo que a esperança garante, criando-nos, pois, para uma esperança plena, definitiva, que não perece nem caduca; para uma esperança que lançou a sua âncora para lá da vida e da morte (cf. Heb 6, 19) e que se chama Jesus.”
D. Alexandre Palma explicou que a esperança cristã “não é uma projeção da expectativa humana”, mas “uma profecia do amor de Deus”, a esperança habita fundo no coração do ser humano, “pode ser abafada, diminuída, mal orientada, mas não pode ser removida”.
O bispo auxiliar de Lisboa terminou a sua reflexão, “em comunhão com o Papa Francisco, e sob inspiração da espiritualidade franciscana”, com uma adaptação da ‘oração da paz’ atribuída a São Francisco de Assis, aplicada à esperança.
“Senhor, fazei de mim um instrumento da vossa esperança! Onde houver descrença, que eu leve a confiança; Onde não houver horizonte, que eu leve transcendência; Onde houver ansiedade, que eu leve a paciência; Onde houver mal dizer, que eu seja bênção; Onde houver medo, que eu leve a coragem; Onde houver ruído, que eu leve o silêncio; Onde não houver diálogo, que eu seja palavra; Onde houver guerra, que eu leve a paz; Onde houver solidão, que eu seja companhia; Onde houver divisão, que eu leve a comunhão; Onde houver bloqueio, que eu abra caminhos; E que em tudo eu leve e seja esperança.” |
CB/OC