Angra: Núncio apostólico incentivou cristãos a «difundir» mensagem de esperança que «nenhuma tragédia pode apagar»

D. Ivo Scapolo presidiu à vigília pascal na Sé diocesana de Angra

Foto: Igreja Açores

Angra do Heroísmo, Açores, 16 abr 2022 (Ecclesia) – O núncio apostólico em Portugal assinalou que “a simbologia das trevas e da luz” é um elemento que caracteriza a Liturgia da Vigília Pascal, explicando o que “significa anunciar que Jesus ressuscitou”, na Sé de Angra.

“Este é o tempo em que coexistem trevas e luz, no qual as trevas parecem ainda dominar sobre a luz, em que temos de lutar contra o mal e o diabo sabendo, porém, que Jesus sai vitorioso”, disse D. Ivo Scapolo.

Na homilia da vigília pascal, o representante do Papa em Portugal, disse que cada batizado tem a missão de “difundir no mundo e na história” esta mensagem de esperança que “nenhuma tragédia pode apagar”.

Segundo o presidente da celebração, as trevas são “todas situações e experiências que fazem sofrer muito os seres humanos” – são o símbolo da morte, do maligno, do pecado, do desespero, do sofrimento, do castigo, da enfermidade, da escravidão, da violência, da guerra.

“A luz que rasga as trevas é o símbolo de Jesus, que, através da sua paixão, morte e ressurreição, vence tudo o que é representado pelas trevas”, explicou.

O representante do Papa em Portugal explicou que anunciar que Jesus ressuscitou significa afirmar que, a morte física “não é mais a última palavra”, mas a porta através da qual entram “na vida eterna”.

“O diabo, que julgava ter vencido Jesus na trágica conclusão da morte na cruz, na realidade no dia de Pascoa é derrotado definitivamente; O pecado, que parecia ser uma condição da qual os homens eram incapazes de libertar-se, é eliminado pelo sacrifício de Jesus”, desenvolveu.

Segundo D. Ivo Scapolo, o desespero, no qual os seres humanos “caem por causa das inumeráveis dificuldades e provações da vida”, não é o último sentimento porque “é vencido pela esperança e a caridade”.

“Nas provas e sofrimentos a esperança cristã liberta do perigo e do desespero. Também a caridade cristã, a solidariedade, a empatia e a amizade são instrumentos decisivos para libertar do desespero e da depressão as pessoas que sofrem no corpo ou no espírito”, desenvolveu, na Sé de Angra.

O núncio apostólico em Portugal explicou ainda que anunciar que Jesus ressuscitou significa afirmar que o sofrimento, físico e espiritual, “pode transformar-se num instrumento de resgate e redenção”, o castigo é “instrumento de purificação e santificação”, e a doença, Jesus não eliminou-as na cruz, mas ensinou “a enfrenta-las com espírito de fé e docilidade à vontade de Deus”.

O responsável católico salientou que Jesus, “com a sua entrega total na cruz”, indicou o caminho do amor e da misericórdia “para resolver as contendas humanas”.

“A escravidão, à qual os homens reduzem outros homens, vê aparecer o momento da libertação; a violência, que é apresentada como único método para resolver os problemas pode ser substituída pelo caminho da paz e da reconciliação”, acrescentou D. Ivo Scapolo, na homilia da vigília pascal que presidiu na Diocese de Angra.

CB

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