Angra: Administrador diocesano incentivou à missão e testemunho, seguindo exemplo do Beato João Baptista Machado

«Um jovem mártir açoriano que mais não fez do que seguir radicalmente o Senhor Jesus, no anúncio da salvação a todos os povos» – Cónego Hélder Fonseca Mendes

Foto: Igreja Açores

Angra do Heroísmo, Açores, 24 mai 2022 (Ecclesia) – O administrador diocesano de Angra presidiu à solenidade do padroeiro da diocese, o Beato João Baptista Machado, “jovem mártir açoriano” que seguiu “radicalmente o Senhor Jesus”.

“É o segredo da paixão de Cristo que terá dado alento à vida, missão e morte de João Batista Machado, nosso padrão, modelo e referência, a não nos iludirmos com algum modo fácil ou superficial do seguimento de Jesus, tal como a sua imagem foi despojada de vestes e joias, mostrando na nudez o que na verdade somos”, disse o cónego Hélder Fonseca Mendes, na homilia da celebração, esta segunda-feira, no Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres.

O sacerdote recordou que em mensalmente, em cada dia 23, no âmbito da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, “a Igreja propõe que os jovens se encontrem”, que se levantem e sejam testemunhas, e incentivou todas as pessoas que estavam no santuário em Ponta Delgada a serem também “testemunhas”.

Neste contexto, pediu que fossem testemunhas da “experiência de cego que encontrou a luz”, do “amor e o respeito que se podem estabelecer nas relações humanas”, nomeadamente no diálogo entre pais e filhos, jovens e idosos, a defenderem a ecologia integral, “a justiça social, a verdade e a retidão, os direitos humanos”, os pobres e quem “não têm voz na sociedade”.

“Levanta-te e testemunha com alegria que Cristo vive! Espalha a sua mensagem de amor e salvação entre os teus coetâneos, na escola, na universidade, no trabalho, no mundo digital, por todo o lado”, pediu aos jovens na homilia publicada no sítio online da Diocese de Angra.

Um dia depois das festas do Senhor Santo Cristo, em Ponta Delgada, o cónego Hélder Fonseca Mendes afirmou que o que viram, ouviram, saborearam, e sentirem “estremece” com cada um “pela autenticidade das lágrimas, por um cansaço não doentio, por uma festa que não aliena, por um sofrimento que alegra interiormente”.

O portal ‘Igreja Açores ’ informa que o Beato João Baptista Machado nasceu em Angra do Heroísmo entre 1580 e 1582; o sacerdote jesuíta tinha 37 anos de idade quando sofreu o martírio no Japão, a 27 de maio de 1617, com cerca de 100 cristãos de várias congregações.

O padroeiro da Diocese de Angra estava há 20 anos na Companhia de Jesus, há 16 anos no Oriente, e há oito anos no Japão; foi beatificado pelo Papa Pio IX, a 7 de maio de 1867, com mais 205 mártires vítimas da mesma perseguição, num grupo que ficou conhecido como os Beatos Mártires do Japão.

A diocese tem uma comissão para a Causa da Canonização do Beato João Baptista Machado, a devoção à sua causa foi impulsionada na segunda metade do século XX, com um pedido entregue ao Papa João Paulo II, quando esteve nos Açores, em 1991.

CB/OC

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