Algarve: Futuro sacerdote Getúlio Bica quer valorizar a «proximidade às pessoas» para levar a «esperança»

Comunidade paroquial, o pároco e a família são os três pilares desta vocação, que também foi marcada pelas Jornadas Mundiais da Juventude

Foto: Samuel Mendonça/Folha do Domingo – Getúlio Bica

Faro, 10 nov 2023 (Ecclesia) – O diácono Getúlio Bica, que vai ser ordenado sacerdote este domingo, quer valorizar a “proximidade” quer ir ao encontro das pessoas, “estar presente e poder ajudar” no sentido de dar esperança.

“Há muitas pessoas que, só pelo olhar, já denunciam uma falta de esperança. Gostava de ir ao encontro, estar presente e poder ajudar neste sentido de dar esperança”, disse Getúlio Bica, em entrevista ao jornal ‘Folha do Domingo’, da Diocese do Algarve.

O futuro sacerdote algarvio explica que, no exercício desse ministério, quer valorizar a proximidade com as pessoas para “levar a esperança àquelas que já a perderam”.

Para o diácono, de 44 anos, esta é uma dimensão que está em falta e que tem a ver um pouco com o que “é oferecido” às pessoas, num tempo onde “é tudo muito mediático, muito palpável, muito visual”.

“Isso faz com que nos agarremos mais às coisas visíveis do que às invisíveis. São Paulo diz que devemos olhar mais às invisíveis e não nos deter tanto nas visíveis”, acrescentou.

Getúlio Bica, que está a colaborar nas Paróquias de Estoi e Santa Bárbara de Nexe, vai ser ordenado presbítero, pelo bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, este domingo, dia 12 de novembro, pelas 16h00, na Sé de Faro.

O entrevistado partilha que teve a certeza que esta é a opção correta e que está no caminho certo desde que entrou para o Seminário diocesano, há 10 anos, após a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) no Rio de Janeiro (Brasil), em 2013.

“Foi durante a caminhada no Seminário, nas paróquias onde fiz serviço pastoral, em Évora, no estágio pastoral. Toda essa entrega ao serviço das comunidades deu-me razões e justificações de que a missão é por aqui”, desenvolveu.

Getúlio Bica conta que a sua vocação ao sacerdócio “tem três pilares”, a comunidade paroquial, em Ferreiras, que conheceu aos 12 anos quando participou na primeira Eucaristia, “uma celebração animada, com uma palavra que fazia sentido e preencheu”, o pároco, e a sua família.

O futuro sacerdote da Diocese do Algarve nasceu a 8 de maio de 1979, em Ferreiras, no concelho de Albufeira, foi batizado com sete meses, a 25 de dezembro, mas não frequentou a Igreja até aos 12 anos, recebeu o sacramento da Confirmação (Crisma) com 21 anos, no ano 2000; quando a nível profissional trabalhava como carteiro, tinha frequentado o curso de Arte e Design, sem concluir o secundário, e, antes do seminário (2013), trabalhou numa empresa de aluguer de máquinas para trabalhos pesados, como aprendiz de jardineiro e tirou o curso de vigilante.

Em Igreja, Getúlio Bica viveu momentos marcantes, como o Convívio Fraterno nº 829, em 2001, “uma experiência muito forte”; o Pré-Seminário, em 2002/2003, que “não era” para si, mas “sentiu-se interpelado” quando mostraram “as paróquias em risco de ficar sem sacerdote”; e três edições internacionais da JMJ: Colónia (2005), Madrid (2011) e Rio de Janeiro (2013).

“Esta última marcou a mudança da minha vida. Até ali trabalhava, embora viesse a ser acompanhado espiritualmente; Cheguei a Portugal, entreguei a carta de despedimento e só contei à minha família quando entrei no Seminário”, desenvolveu, na entrevista ao ‘Folha do Domingo’.

Getúlio Bica explica que as JMJ ajudaram-no a compreender que “havia muitas pessoas na mesma situação” à procura de um sentido para a vida e é necessário dar respostas, porque “os jovens são mesmo o futuro e a garantia da continuidade dos valores passa por os transmitirmos a eles”, acrescenta.

No dia 19 de novembro, uma semana depois da ordenação sacerdotal, Getúlio Bica vai celebrará a ‘Missa Nova’, às 16h00, na igreja das Ferreiras.

CB/OC

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