Algarve: D. Manuel Quintas convida a «valorizar» espiritualidade em tempo de pandemia

Bispo do Algarve falou, na Quarta-feira de Cinzas, em Quaresma antecipada que «perturba, gera ansiedade e falta de esperança»

Foto: Folha do Domingo/Samuel Mendonça

Faro, 18 fev 2021 (Ecclesia) – O bispo do Algarve disse na celebração de Quarta-feira de Cinzas, que o período em pandemia, marcado pelo confinamento, pode “ajudar a valorizar a espiritualidade” na vida quotidiana.

“Celebrar e viver a Quaresma em tempo de pandemia pode ajudar na compreensão na importância da espiritualidade e valorização do seu contributo como apoio familiar e pessoal na vida quotidiana”, realçou D. Manuel Quintas na Missa a que presidiu na Sé de Faro, com transmissão pelas redes sociais da diocese.

O responsável falou num “tempo atípico”, e da “ausência de gestos” que “perturbam, geram ansiedade e aumentam a falta de esperança”.

“A ausência de contactos e gestos de afetos, mesmo a nível familiar e em especial com os mais idosos, não poder visitar quem está sozinho em casa ou internado num hospital, a impossibilidade de acompanhar os últimos momentos de entes queridos, sem a despedida que o coração impunha, são situações que perturbam, geram ansiedade, insegurança, aumentam a falta de esperança, a impaciência connosco e com os outros, mesmo com os da própria família”, refletiu.

D. Manuel Quintas quis lembrar “os mais fragilizados, na fé, da saúde, na vida devido à pandemia” mas afirmou que “a fé e a escuta da palavra ajudam no caminho com confiança”.

Num caminho em que tudo, sublinhou o bispo do Algarve, “deve convergir para a conversão pessoal”, a tradição “bíblica e cristã”, apresenta o “tripé da Quaresma”: o jejum, a oração e a esmola, “indissociáveis entre si”.

“A esmola deve ser discreta, desprendida e generosa, concretizada pela partilha fraterna e dom de si mesmo; a oração silenciosa, confiante e silenciosa, de modo a dar espaço à presença de Deus e dos outros na própria vida; o jejum discreto e simples não se deve limitar à privação de alimentos”, sublinhou.

D. Manuel Quintas referiu que a certeza da “luz da Páscoa”, é uma crença presente já no caminho da Quaresma, e, nesse sentido, se espera que “ilumine já a vida, sobretudo as situações mais obscuras, também as provocadas pela pandemia”.

O bispo do Algarve convidou as famílias a sentarem-se à mesa e a rezarem juntas, privilegiando simultaneamente os momentos e oração individual.

As comunidades católicas locais vão destinar a renúncia quaresmal à Cáritas diocesana.

D. Manuel Quintas lembrou que a instituição não pode, em 2020, realizar o peditório público e a recolha das ofertas na Eucaristia do seu dia, por causa da pandemia, situação “ao que tudo indica, semelhante a este ano”, mas continua a responder “aos muitos e crescentes pedidos que não se limitam a bens de primeira necessidade”, evidenciou.

LS

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