Alentejo: Festival «Terras Sem Sombra» quer afirmar «direito à Cultura»

13.ª edição do certame de música sacra foi apresentada na Casa do Cante, em Serpa

Beja, 26 jan 2017 (Ecclesia) – O diretor do Festival ‘Terras Sem Sombra’, que vai ter nova edição a partir do dia 11 de fevereiro, destacou hoje o certame como uma forma de promover “o direito à Cultura”.

“Assim como temos o direito a água de qualidade, a saúde, a educação, a tudo aquilo que nos fundo carateriza uma existência fecunda e de qualidade, nós temos também o direito à cultura”, frisou José António Falcão durante a conferência de imprensa de apresentação do certame, que decorreu na Casa do Cante, em Serpa.

De acordo com aquele responsável, é fundamental continuar a dar espaço à cultura e "prestar atenção às novas gerações" de artistas.

"Felizmente o nosso país está a formar artistas de primeiríssima ordem mas depois não os consegue integrar facilmente nos agrupamentos existentes, nas orquestras, nos grandes grupos corais. É fundamental, de alguma maneira, garantir o futuro profissional desta fileira que é importantíssima aos mais diversos níveis", frisou José António Falcão. 

O evento criado em 2003 vai continuar a primar pela intervenção “em todo um conjunto de campos em que o Alentejo é fecundo e possui não só um grande potencial mas sobretudo um caminho já realizado até aqui".

Áreas como a música-sacra, este ano voltada para a produção artística no país vizinho, Espanha; como o património, continuando a privilegiar a abertura das igrejas para os espetáculos e tendo como inovação visitas guiadas pelas terras que acolhem o festival; e a biodiversidade, com a realização de ações de sensibilização tendo em vista a preservação da paisagem natural alentejana.

Outra componente caraterística do certame tem sido a divulgação dos produtos regionais do Baixo Alentejo, sendo que este ano (ver peça à parte), o destaque vai para o azeite.

José António Falcão destaca uma iniciativa que apesar de ter partido da Igreja Católica, da Diocese de Beja, do seu Departamento do Património Histórico e Artístico, é hoje impulsionada pela “sociedade civil” e que quer continuar a “criar redes” que permitam sustentar “tudo o que está a jusante” do festival.

“Os monumentos, a cultura imaterial, a conservação da natureza, o tecido socioeconomico”, concretizou.

“Este é um festival pensado para as pessoas e constituído essencialmente por pessoas

O festival ‘Terras Sem Sombra vai decorrer entre 11 de fevereiro e 1 de julho, de forma itinerante, nos concelhos de Almodôvar, Sines, Santiago do Cacém, Ferreira do Alentejo, Odemira, Serpa, Castro Verde e Beja.

Os concertos, com entrada gratuita, decorrem aos sábados à noite, sendo que antes disso, acontecem as tais visitas guiadas ao património pelas cidades e vilas que pertencem ao roteiro do evento.

No domingo de manhã, como habitualmente, acontecem as atividades de divulgação e sensibilização para os tesouros naturais alentejanos.

Uma parte do programa a que também são chamados os artistas que vêm tocar e cantar ao festival porque, como diz José António Falcão, “eles são os melhores embaixadores” desta causa além fronteiras.

A diretora regional de Cultura do Alentejo, Ana Paula Amendoeira, falou da “importância” deste projeto para a região.

“Nós consideramos o Festival Terras Sem Sombra um projeto cultural total”, afirmou, elogiando a “transversalidade” desta iniciativa e a "qualidade notável do programa".

CB/JCP

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