Advento 2024: «Como é que o Menino nasce em quem eu sou hoje?» – padre Paulo Duarte (c/vídeo)

Ciclo de conversas prepara o Natal, a partir da nova encíclica do Papa Francisco sobre o lugar do coração

Lisboa, 13 dez 2024 (Ecclesia) – O padre Paulo Duarte, religioso jesuíta, convidou a usar a tradição de deixar por ocupar o lugar do Menino Jesus no presépio, até à noite de 24 de dezembro, como símbolo da preparação interior para o Natal.

“Esse espaço vazio pode ser, simbolicamente, a preparação do nosso coração como espaço vazio para acolher o Menino que nasce. E como é que o Menino nasce em quem eu sou hoje?”, refere o convidado do ciclo de conversas ‘Preparar o Natal com o coração’, emitidas em cada domingo do Advento, no Programa ECCLESIA (Antena 1, 06h00) e divulgadas no canal da Agência no YouTube.

Cada encontro parte da encíclica ‘Dilexit Nos’, publicada por Francisco no final de outubro, tendo esta terceira conversa evocado o lugar da “ternura”.

“Este Papa quis trazer-nos a um encontro com esta proximidade com Deus, a partir mesmo da ternura”, declarou o padre Paulo Duarte.

O religioso destaca o simbolismo da luz, próprio do Natal, que se “expande” e convida a procurar “possibilidades de conhecimento”.

“Quando nos permitimos encontrar a verdade, que é Jesus, que é dinâmica, que é caminho, e que é vida, que é vital, podemos viver a experiência do encontro”, acrescenta.

O entrevistado destaca a complementaridade dos espaços de luz e sombra na vida de cada um, convidando a ver no vazio “um espaço que pode ser preenchido”, não com coisas, mas “preenchido de existência”.

A conversa aborda a dimensão da “diversidade” que marca as comunidades cristãs, desde o seu início, sublinhando a importância de que as várias visões se unam no mesmo “centro”, que é Jesus.

“Quando nos permitimos esta comunhão, então também podemos, de algum modo, ensinar a sociedade”, observa.

Esse testemunho, realça o padre Paulo Duarte, vai chegar aos outros se for alimentado a partir “da alegria do serviço, da entrega, da disponibilidade”.

O religioso jesuíta entende que a comunidade católica é chamada a “expandir a humanidade”, ao “acolher cada pessoa com a sua realidade”.

“Depois, obviamente, é integrada numa comunidade, é integrada num meio que tem as suas de diretrizes, orientações, mas a partir de uma comunhão. A partir da consciência de que somos pessoas em busca”, sustenta.

O entrevistado refere que a devoção do Sagrado Coração de Jesus mostra que “Deus se quer fazer presente” e que “também está no tocável, no palpável”.

“Este mistério de Natal, este mistério de coração ao coração, é um convite a uma relação profunda com Deus. Mas esta relação profunda com Deus leva a uma abertura ao outro, porque quanto mais eu me abro a Deus, mais me torno compassivo”, conclui.

OC

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