13 de outubro: D. José Ornelas convida peregrinos a ir ao encontro das «periferias sociais»

Bispo de Leiria-Fátima sublinha que um cristão «não é limitado por nenhuma ideologia nacional»

Fátima, 13 out 2022 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima, D. José Ornelas, convidou hoje os peregrinos presentes na Cova da Iria a ir ao encontro das “periferias sociais” e dos excluídos, falando na Missa conclusiva das celebrações do 13 de outubro.

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) referiu, na sua homilia, que, tal como Jesus, é necessário ir “ao encontro de todos e, em cada povo, especialmente ao encontro daqueles que estão nas periferias sociais, são excluídos económica e existencialmente”.

O responsável católico destacou que um cristão “não é limitado por nenhuma ideologia nacional”, pelo que deve “exprimir o amor de Deus em gestos que se tornam compreensíveis em todas as línguas e em todas as culturas”.

Partindo do aniversário da Dedicação da Basílica de Nossa Senhora do Rosário, D. José Ornelas sustentou que “os templos de pedra de nada servem se não forem expressão da presença poderosa e carinhosa do Senhor Jesus”.

O presidente da peregrinação internacional aniversária de outubro pediu que as igrejas sejam locais “onde se cuida, se cura, se reconcilia e sara feridas de vida, propondo novos caminhos de vida”.

A intervenção dirigiu-se aos peregrinos, destacando que, após deixarem a Cova da Iria, o seu percurso deve ser mais do que “um simples regresso a casa”.

O santuário tem de ser um lugar de uma nova partida para cada peregrino que chega e o visita, para que seja testemunha e missionária da luz, da força e da esperança que o santuário lança nas suas vidas, para a levarem e partilharem com quem mais precisa”.

Foto: Santuário de Fátima

D. José Ornelas comparou os santuários aos postos de carregamento para os carros elétricos, falando de espaços que “fornecem a oportunidade de repousar, de refazer as forças e encontrar carregadores do amor de Deus”.

Para o bispo de Leiria-Fátima, é importante que um santuário seja “dinâmico”, para criar “novos percursos de vida, a partir do encontro com Cristo”.

“A peregrinação, o santuário estão ao serviço deste encontro com o Senhor Jesus, ao serviço da profissão da mesma fé que une os discípulos e discípulas como peregrinos em Igreja e os conduz à sua missão no mundo, nas periferias da humanidade”, precisou.

A preocupação com a unidade da Igreja e a paz no mundo foram outros pontos abordados pelo presidente da CEP.

“Jesus não disse que ia ser fácil o caminho da Igreja. O que prometeu foi que havia de estar connosco até ao fim dos tempos”, apontou.

No início da Missa, os peregrinos portugueses responderam com uma salva de palmas à saudação de D. José Ornelas.

A celebração teve momentos de oração pelas vítimas do conflito na Ucrânia e os que foram afetados pela pandemia de Covid-19, assinalando ainda os 110 anos da GNR em Santarém.

O Santuário anunciou a presença de mais de 110 grupos organizados, de 26 países, na Cova da Iria.

No final da Missa, D. José Ornelas agradeceu aos peregrinos presentes, dos vários países, e a quem os acolheu, no Santuário de Fátima, tornando possível “esta grande reunião”.

OC

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