Vila Real: Pedidos de ajuda «mais do que duplicaram» com a pandemia – Cáritas

Instituição destaca pedidos de bens alimentares ou de medicação para crianças, num contexto de «pobreza extrema»

Foto: Município de Vila Real

Vila Real, 11 fev 2021 (Ecclesia) – O vice-presidente da Cáritas Diocesana de Vila Real disse hoje que os pedidos de ajuda à organização católica “mais do que duplicaram”, por causa da pandemia, nas áreas do apoio alimentar, pagamento de rendas, bens essenciais e medicação.

“Infelizmente, há cada vez mais pessoas a bater à porta da Cáritas Diocesana de Vila Real com pedidos de ajuda. Em média acompanhávamos cerca de mil famílias por mês, neste momento, no relatório de janeiro, estávamos próximas das 1300 famílias”, explicou Carlos Martins à Agência ECCLESIA.

O responsável sublinha o impacto da crise no aumento dos pedidos de bens alimentares, apoio a pagamento de “rendas em atraso”, despesas de eletricidade, de gás ou medicação.

“Houve um aumento, que nos tem deixado apreensivos, que é o pedido de apoio para medicação para crianças. A compra de uma caneta para a insulina, até coisas mais básicas, e é aflitivo para a pessoa e para nós, porque notamos que há uma pobreza extrema”, acrescentou.

Carlos Martins refere que a Cáritas de Vila Real tem um programa alimentar para a entrega mensal de cabazes, com a Segurança Social, que apoia 794 beneficiários, atualmente; em março de 2020, eram 397.

Uma resposta que, ainda assim, “é insuficiente” para todas as solicitações, por isso, a organização católica distribuiu “vales para bens essenciais”, através do programa nacional para ‘inverter a curva da pobreza’ da Cáritas Portuguesa, e ainda atribui internamente mais cabazes

O entrevistado explica que o aumento dos pedidos de ajuda é motivado pelo “desemprego e consequente perda de rendimentos das famílias”, segundo a informação das fichas de atendimento social.

Foto: Cáritas de Vila Real

O responsável destaca também que existe uma “onda de solidariedade” com a organização social e caritativa, de particulares a empresas, e as comunidades paroquiais, que esperem que continue porque “advinham-se tempos difíceis”.

A Cáritas Diocesana está sediada em Vila Real, onde concentra mais a sua ação, com área de atuação em toda a diocese que inclui serviços de apoio domiciliário, por exemplo, no concelho de Ribeira de Pena, em Alvadia, “em ambientes rurais”.

Carlos Martins assinala que a Cáritas Diocesana tem “diferentes serviços de atendimento”, como a equipa do Rendimento Social de Inserção, que “foi alargada” para permitir acompanhar aproximadamente 700 agregados, mensalmente.

A toxicodependência é outra área de intervenção, e a partir do primeiro confinamento, em março de 2020, “houve uma redução” na procura dos serviços, mas agora houve um regresso aos números habituais, com o “acrescento nos consumidores de álcool”.

A Cáritas Diocesana de Vila Real tem uma comunidade terapêutica, uma equipa de intervenção direta, apartamentos de reinserção social, e um projeto de redução de riscos e minimização de danos e outro de reinserção social, para pessoas com comportamentos aditivos e dependências.

CB/OC

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