Vaticano: Santa Sé assinala 60 anos de presença na ONU

Cardeal Pietro Parolin celebrou Missa na Igreja da Sagrada Família, em Nova Iorque, nos EUA, e salientou o papel da Santa Sé na defesa dos direitos e da dignidade humana

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 01 out 2024 (Ecclesia) – O secretário de Estado do Vaticano presidiu esta segunda-feira, na Igreja da Sagrada Família, em Nova Iorque, nos EUA, a uma Missa propósito dos 60 anos da entrada da Santa Sé na organização das Nações Unidas (ONU) como Estado Observador.

O cardeal Pietro Parolin assinalou que, desde há seis décadas, a Santa Sé defende a “dignidade humana”, os “direitos humanos”, em particular “o mais fundamental de todos: o direito à vida”, informa o portal Vatican News.

“Continua a ser porta-voz da justiça social, do desenvolvimento económico e da proteção do ambiente; a falar em defesa dos indefesos e dos esquecidos: migrantes, refugiados e deslocados”, acrescentou.

O secretário de Estado do Vaticano convidou a servir quem precisa de receber e não pode dar nada em troca.

“Acolhendo quem está à margem, quem está esquecido, acolhemos Jesus porque Ele está ali”, referiu.

Citando o Papa Paulo VI, o primeiro pontífice a visitar as Nações Unidas em 1965, Pietro Parolin assinalou que a Santa Sé foi “perita em humanidade” nestes 60 anos, tendo, perante os representantes permanentes, apoiantes e embaixadores da ONU, reiterado o apelo à fraternidade.

“Somos todos membros de uma única família humana, trabalhemos para curar as divisões”, pediu.

No breve discurso introdutório, realizado no salão da Igreja da Sagrada Família, o cardeal Pietro Parolin ressaltou a vocação e o compromisso da Santa Sé com os mais frágeis.

Perante os delegados, representantes permanentes, apoiantes, embaixadores, membros da ONU e todos os presentes, o cardeal reiterou o papel da Santa Sé de não ficar a olhar o desenvolvimento dos acontecimentos “de forma passiva e descomprometida”.

Segundo o cardeal, a Santa Sé nunca se propôs “como uma entidade política em busca de poder ou influência”, salientando que foi e continua a ser uma “voz moral que apoia a paz, a justiça e a dignidade humana”.

O secretário de Estado do Vaticano falou sobre os desafios do mundo de hoje, entre eles a pobreza, o conflito, as mudanças climáticas, a inteligência artificial, a erosão dos direitos humanos, que “exigem não apenas soluções técnicas, mas um profundo compromisso ético com o bem comum, a solidariedade e a promoção da fraternidade humana”.

O cenário atual parece “cada vez mais fragmentado por interesses mesquinhos”, observou, acrescentando que todos se devem lembrar que são membros de uma única família humana, que partilham “uma Casa comum e um destino comum”.

“Trabalhemos incansavelmente para construir pontes de compreensão, para curar as divisões e para criar uma cultura de encontro e solidariedade”, apelou, dizendo que isto só pode ser feito se todos falarem e caminharem juntos, como o Papa repete com frequência.

A Missa aconteceu na conclusão da viagem do secretário de Estado do Vaticano aos EUA para participar na Semana de Alto Nível da 79ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas.

LJ/PR

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