Vaticano: Papa pede a participantes da Peregrinação Militar Internacional a Lourdes para colocarem «as armas ao serviço da paz»

Mensagem de Francisco aos peregrinos evoca «experiência de fé», que permite «construir laços de amizade»

Cidade do Vaticano, 25 mai 2024 (Ecclesia) – O Papa dirigiu uma mensagem, publicada hoje, aos participantes da 64º Peregrinação Militar Internacional ao Santuário de Lourdes (França), que decorre até domingo, pedindo aos militares para colocarem “as armas ao serviço da paz”.

“O mundo precisa de vós, especialmente neste momento negro da nossa história. Precisamos de homens e mulheres de fé, capazes de colocar as armas ao serviço da paz e da fraternidade”, refere o texto assinado pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin.

Este encontro anual permite, segundo Francisco, “construir laços de amizade”, partilhar as “riquezas humanas e espirituais”, “momentos de alegria” e “encontrar na oração comum e no intercâmbio, a força necessária para superar as provações, as angústias, as solidões”, que, muitas vezes, os militares experimentam.

“A peregrinação é uma oportunidade para todos renovarem o seu compromisso batismal, para se encontrarem com Cristo, nomeadamente através da escuta da sua palavra, da receção do sacramento da reconciliação e da participação na Eucaristia”, pode ler-se.

Para o Papa, esta pausa espiritual em Lourdes é um momento para cada um repensar a vocação militar “na perspetiva da fé e do amor que cada cristão deve cultivar para com o seu irmão, mesmo inimigo”.

“A peregrinação é também uma experiência de fé que nos ajuda a descobrir a beleza de caminhar juntos, de nos apoiarmos mutuamente e de irmos ao encontro dos outros”, assinala Francisco, que acrescenta que esta experiência permite aos militares estar perto dos companheiros de armas, doentes e feridos, e cuidar deles, especialmente num lugar onde estão mais presentes, levando a misericórdia de Deus ao mundo militar.

Que isto se traduza em gestos genuínos, simples e humanos que revelem o rosto terno do nosso Deus. Que possais viver isto não só em Lourdes, mas onde quer que sejais enviados, dando testemunho do Evangelho entre os vossos companheiros militares”.

A mensagem convida os militares a caminharem “com coragem e perseverança” e a honrarem com orgulho a farda que vestem, o lema e a pátria, mas que tenham também a consciência de que fazem parte de uma única família humana, “uma família dilacerada e ferida, mas que Cristo veio redimir e salvar com a força do amor e não com a violência das armas”.

“Sede “sentinelas da paz”, como dizia São João Paulo II”, pede.

No final do texto, o Papa confia à misericórdia de Deus “todos os militares que morreram ao serviço do país ou em operações internacionais de defesa da paz” e invoca todos os soldados “empenhados nas diversas frentes, em missão de preservação da paz, longe do seu país” e “para os feridos e sofredores”.

Segundo o Ordinariato Castrense, a cerimónia de abertura da Peregrinação Militar Internacional a Lourdes, em que que participam cerca de 15 mil militares de 40 países, incluindo 150 portugueses, decorreu esta sexta-feira na Basílica de São Pio X, cerca de 15 mil militares de 40 países, incluindo 150 portugueses.

LJ/OC

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