Vaticano: Papa nomeia cardeal Tolentino Mendonça como prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação

Novo organismo surge da reforma da Cúria Romana, promovida por Francisco

Cidade do Vaticano, 26 set 2022 (Ecclesia) – O Papa nomeou hoje o cardeal português D. José Tolentino Mendonça como prefeito do novo Dicastério para a Cultura e a Educação, informou o Vaticano, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

O responsável, de 56 anos, deixa assim o cargo de Bibliotecário e Arquivista da Santa Sé, que assumiu em 2018.

O Dicastério para a Cultura e a Educação é um novo organismo, que surge da reforma da Cúria Romana, promovida por Francisco, assumindo as missões anteriormente confiadas à Congregação para a Educação Católica e ao Conselho Pontifício para a Cultura.

O organismo nasceu com a publicação da constituição apostólica “Praedicate Evangelium”, a 19 de março deste ano.

O Papa nomeou ainda o padre Giovanni Cesare Pagazzi como secretário do Dicastério para a Cultura e a Educação e D. Angelo Vincenzo Zani como arquivista e bibliotecário da Santa Sé.

O Dicastério para a Cultura e a Educação “trabalha para o desenvolvimento dos valores humanos nas pessoas dentro do horizonte da antropologia cristã, contribuindo para a plena realização do seguimento de Jesus Cristo”.

O Dicastério é “formado pela secção para a Cultura, dedicada à promoção da cultura, à animação pastoral e à valorização do património cultural, e pela secção para a Educação, que desenvolve os princípios fundamentais da educação com referência às escolas, Institutos superiores de estudos e pesquisas católicos e eclesiásticos e é competente para os apelos hierárquicos em tais matérias”.

Este organismo da Cúria Romana coordena também as atividades da Academia Pontifícia de Belas Artes e Letras dos Virtuosos do Panteão; a  Academia Pontifícia Romana de Arqueologia; a  Academia Pontifícia de Teologia; a Academia Pontifícia  de São Tomás; a Academia Pontifícia  Mariana Internacional; a AcademiaPontifícia ‘Cultorum Martyrum’; e a Academia Pontifícia de Latinidade.

A 26 de junho de 2018, o Papa nomeou D. José Tolentino Mendonça como arquivista do Arquivo Secreto do Vaticano e bibliotecário da Biblioteca Apostólica, elevando-o à dignidade de arcebispo; o até então vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa orientou nesse ano o retiro de Quaresma do Papa Francisco e seus mais diretos colaboradores.

D. José Tolentino Mendonça nasceu em Machico (Diocese do Funchal) em 1965 e foi ordenado padre em 1990 e bispo a 28 de julho de 2018; é doutorado em Teologia Bíblica, tendo desempenhado, entre outras funções, os cargos de reitor do Colégio Pontifício Português, em Roma, de diretor da Faculdade de Teologia da UCP e diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.

Foi criado cardeal pelo Papa Francisco, a 5 de outubro de 2019.

Biblista, investigador, poeta e ensaísta, Tolentino Mendonça foi condecorado com o grau de Comendador da Ordem de Sant’lago da Espada por Aníbal Cavaco Silva, presidente da República, em 2015.

O portal de notícias do Vaticano destaca que o cardeal português “publicou inúmeros volumes e artigos nos campos teológico e exegético, bem como várias obras poéticas, valendo-se da também linguagem literária e filosófica”.

Em dezembro de 2019, D. José Tolentino Mendonça tornou-se a sétima personalidade a receber a Medalha de Mérito da Região Autónoma da Madeira, numa cerimónia que decorreu na Assembleia Regional.

Já em junho de 2020, o cardeal D. José Tolentino Mendonça venceu o prémio Europeu Helena Vaz da Silva, que promove a divulgação do património cultural, da responsabilidade do Centro Nacional de Cultural, em parceria com a ‘Europa Nostra’.

Nesta ocasião, o novo “ministro da Cultura” do Vaticano sublinhou que o “património cultural é um motor indiscutível do presente e só com ele podemos pensar que há futuro”.

Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República, escolheu-o como presidente da Comissão Organizadora das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas 2020.

OC

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