Dia Mundial das Missões: Papa incentiva batizados a «sair» para iniciar um «novo movimento»

«Nas nossas atividades missionárias, nunca nos esqueçamos que somos enviados a anunciar o Evangelho a todos», pede Francisco

Cidade do Vaticano, 02 fev 2024 (Ecclesia) – O Papa desafiou os católicios “a sair de novo para iniciar um novo movimento missionário”, sublinhando que o anúncio do Evangelho” é para todos”, na mensagem do Dia Mundial das Missões 2024.

“A missão para todos requer o empenho de todos. Por isso, é necessário continuar o caminho rumo a uma Igreja, toda ela, sinodal-missionaria ao serviço do Evangelho. De per si, a sinodalidade é missionária e, vice-versa, a missão é sempre sinodal”, explica o Papa, no texto divulgado hoje pela Santa Sé.

No documento, enviado à Agência ECCLESIA, Francisco acrescenta que, atualmente, “é ainda mais urgente e necessária” uma estreita cooperação missionaria “seja na Igreja universal, seja nas Igrejas Particulares”, e recomenda a todas as dioceses do mundo “o serviço das Pontifícias Obras Missionarias”.

O Papa assinala que “num mundo dilacerado por divisões e conflitos”, como o atual, o Evangelho de Cristo é “a voz mansa e forte” que chama os homens a encontrarem-se, a reconhecerem-se como irmãos “e a alegrarem-se pela harmonia entre as diversidades”

“Os discípulos-missionários de Cristo trazem sempre no coração a preocupação por todas as pessoas, independentemente da sua condição social e mesmo moral”, indica, pedindo que nas atividades missionárias “nunca” se esqueçam que são “enviados a anunciar o Evangelho a todos”.

Segundo Francisco, a missão de levar o Evangelho “a toda a criatura deve ter, necessariamente, o mesmo estilo d’Aquele que se anuncia”, por isso, os discípulos-missionários fazem-no “com alegria, magnanimidade, benevolência”, que são fruto do Espírito Santo neles.

A frase bíblica ‘Ide e convidai a todos para o banquete’, da parábola evangélica do banquete nupcial do Evangelho de São Mateus (Mt 22, 9), dá tema à mensagem do Papa para o Dia Mundial das Missões 2024, a 98.ª edição que a Igreja Católica vai celebrar no dia 20 de outubro, terceiro domingo do mês.

Francisco explica que refletindo sobre esta frase-chave, no contexto da parábola e da vida de Jesus, se podem “ilustrar” aspetos importantes da evangelização, que se revelam-se “particularmente atuais para todos” os discípulos-missionários de Cristo, nesta fase final do percurso sinodal que, segundo o lema do atual Sínodo dos Bispos -‘Comunhão, participação, missão’ – deverá “relançar na Igreja o seu empenho prioritário, isto e, o anuncio do Evangelho no mundo contemporâneo”.

O Papa indica a partir dos verbos «ide e convidai», “que expressam o núcleo da missão”, a missão é “ida incansável rumo a toda a humanidade” para convidá-la “ao encontro e a comunhão com Deus”.

Neste sentido, realça que a Igreja continuará a “ultrapassar todo e qualquer limite, sair incessantemente sem se cansar nem desanimar perante dificuldades e obstáculos, para cumprir fielmente a missão recebida do Senhor”, e, agradece aos missionários e missionarias que “deixaram tudo e partiram para longe da pátria para levar a Boa Nova”.

Oxalá todos nos, batizados, nos disponhamos a sair de novo, cada um segundo a própria condição de vida, para iniciar um novo movimento missionário, como nos alvores do cristianismo.”

O Papa alerta que o mundo propõe “vários «banquetes» do consumismo, do bem-estar egoísta, da acumulação, do individualismo”, enquanto o Evangelho chama todos para “o banquete divino onde reinam a alegria, a partilha, a justiça, a fraternidade, na comunhão com Deus e com os outros”.

Na mensagem, assinada na Festa da Conversão de São Paulo, no dia 25 de janeiro, em São João de Latrão, no último dia da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2024, Francisco lembra também que as coletas do Dia Mundial das Missões “em todas as Igrejas Particulares são inteiramente destinadas ao Fundo Universal de Solidariedade”, que depois a Obra  Pontifícia da Propagação da Fé “distribui, em nome do Papa, para as necessidades de todas as missões da Igreja”.

CB/OC

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