Vaticano: Papa alertou para a hipocrisia que «infelizmente existe na Igreja» e «é particularmente detestável»

«O hipócrita não tem a coragem de enfrentar a verdade não é capaz de amar verdadeiramente» – Francisco

 

Cidade do Vaticano, 25 ago 2021 (Ecclesia) – O Papa Francisco alertou hoje para a hipocrisia, que “infelizmente existe na Igreja” e “é particularmente detestável”, na audiência geral desta quarta-feira, onde continuou o ciclo de catequeses sobre a Carta de São Paulo aos Gálatas.

“A hipocrisia põe em perigo a unidade da Igreja pela qual o próprio Senhor orou. O medo da verdade é um comportamento que não nos permite ser nós mesmos. O hipócrita vive no egoísmo e não tem força para mostrar o seu coração com transparência; não tem a coragem de enfrentar a verdade não é capaz de amar verdadeiramente”, disse o Papa na Sala Paulo VI.

Na audiência pública de quarta-feira, Francisco assinalou que existem muitas situações onde a hipocrisia pode acontecer, como no local de trabalho, “onde se finge ser amigo dos colegas” mas são competitivos, na política, com incoerências entre a vida pública e privada, e na Igreja, onde “é particularmente detestável” mas, “infelizmente, existe”.

“Há muitos cristãos e ministros hipócritas”, afirmou o Papa, que lembrou as palavras de Jesus: “Seja este o vosso modo de falar: sim, sim, não, não; tudo o que for além disto procede do espírito do mal”.

“Irmãos e irmãs, pensemos que Paulo condena a hipocrisia, que Jesus condena a hipocrisia. Não tenhamos medo de sermos verdadeiros, de dizer a verdade, de sentir a verdade, de nos conformar à verdade”, acrescentou, alertando que “o fingimento leva às meias verdades”.

A sexta catequese do Papa sobre a carta de São Pablo aos Gálatas centrou-se na passagem onde condena a hipocrisia, que resulta de comportamentos na interpretação da lei, e o apóstolo recorda quando repreendeu São Pedro por comportamentos que causaram divisão na comunidade.

“Sem querer, Pedro, com essa forma de atuar, criava uma divisão injusta na comunidade”, explicou.

Foto Vatican News

Francisco destacou que na Bíblia há vários exemplos, como o “bom testemunho” de Eleazar, no segundo Livro dos Macabeus, que, com 90 anos, não fingiu comer carne sacrificada a deuses pagãos, nos Evangelhos em várias situações Jesus “repreende os que parecem justos no exterior mas no interior estão cheios de falsidade”, e recomendou ler o capítulo 23 do Evangelho de São Mateus.

Na saudação aos fiéis de língua portuguesa, Francisco pediu que se confiem à proteção de Nossa Senhora: “Para que não exista entre nós, e tão pouco nas nossas comunidades, a hipocrisia que coloca em risco a unidade da Igreja”.

Na audiência pública desta quarta-feira, o Papa destacou também o início dos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, recordou aos peregrinos polacos, que amanhã celebram a “solenidade da Mãe de Deus venerada no santuário nacional de Jasna Gora”, que fez “pausa com os jovens diante do seu rosto negro” e confiou “a Igreja na Polónia e no mundo”, há cinco anos, na JMJ Cracóvia 2016.

CB

 

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