Vaticano: Papa alerta para violência no Burquina Faso

Francisco pede proteção para a população civil

Cidade do Vaticano, 13 nov 2019 (Ecclesia) – O Papa Francisco alertou hoje no Vaticano para a violência no Burquina Faso, que provocou cerca de 100 mortes nas últimas semanas, apelando ao diálogo entre autoridades civis e religiosas.

“Dirijo um pensamento especial à querida nação do Burquina Faso, que há algum é provada pela violência recorrente e onde recentemente um atentado custou a vida de quase cem pessoas”, disse, no final da audiência pública semanal que decorreu no Vaticano.

A 6 de novembro, um ataque atingiu uma coluna de veículos civis e militares que transportava trabalhadores da empresa mineira canadiana Semafo, considerado o mais grave dos recentes atos violentos de extremistas islâmicos no Burquina Faso.

“Confio ao Senhor todas as vítimas, feridos, numerosos deslocados e aqueles que sofrem com essas tragédias. Apelo à proteção dos mais vulneráveis; e incentivo as autoridades civis e religiosas e todos aqueles que são motivados pela boa vontade a multiplicar os seus esforços, no espírito do Documento de Abu Dhabi sobre Fraternidade Humana, para promover o diálogo inter-religioso e a concórdia”, pediu Francisco.

O Governo português condenou “veementemente” o ataque do dia 6 de novembro, comunicando que “acompanha com preocupação a deterioração da situação de segurança no Burquina Faso e na região do Sahel nos últimos anos”.

O cardeal Philippe Nakellentuba Ouédraogo, bispo de Ouagadougou, declarou ao portal ‘Vatican News’ que o país não pode “ceder a esta dinâmica, ao caos étnico e religioso”.

Segundo os responsáveis cristãos no Burquina Faso, os ataques que “antes tinham como objetivo o exército e as instituições estatais” assumem, cada vez mais, um “caráter religioso e sectário, causando vítimas entre a população civil”.

Uma das dioceses católicas mais atingidas é a de Kaya, no centro-norte, cujas aldeias foram atacadas várias vezes, causando vítimas e destruição material; a norte, os cristãos fugiram em massa da Diocese de Ouahigouya, depois do ultimato dos terroristas à população.

OC

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