Vaticano: Papa afirma que a comunidade internacional «não pode renunciar ao seu dever de buscar a paz»

Francisco lembrou aos novos embaixadores que se vive um «momento crítico», mas «o trabalho paciente da diplomacia é de extrema importância»

Foto: Vatican Media/ Divisione Foto

Cidade do Vaticano, 07 dez 2024 (Ecclesia) – O Papa Francisco recebeu hoje a apresentação de credenciais de 11 embaixadores junto da Santa Sé, destacou os “problemas que afetam toda a família humana”, que “não têm uma solução simples”, e incentivou a “uma ação conjunta”.

“O nosso mundo está cada vez mais assolado por problemas que afetam toda a família humana e que exigem uma ação conjunta de todos os que se preocupam com o futuro do nosso planeta”, disse na audiência realizada este sábado, dia 7 de dezembro, na Sala Clementina, no Vaticano.

Aos novos embaixadores junto da Santa Sé, o Papa explicou que estava as pensar nos problemas “das mudanças climáticas”, os contínuos efeitos devastadores que “afetam especialmente as nações em desenvolvimento e os membros mais pobres da sociedade”, nos conflitos armados, “que causam sofrimentos indescritíveis a tantos irmãos e irmãs”, e nos migrantes e refugiados que “fogem dos países de origem, em busca de um futuro melhor”.

“Estes problemas não têm uma solução simples, nem podem ser resolvidos pelo compromisso de uma única nação ou de um pequeno grupo de Estados. Cada país deve ter voz ativa a enfrentar esses desafios e na formulação de soluções globais e de longo prazo”, desenvolveu.

O Papa disse aos 11 embaixadores junto à Santa Sé, extraordinários e plenipotenciários, que apresentaram as suas credenciais – Índia, Jordânia, Dinamarca, Luxemburgo, República Democrática de São Tomé e Príncipe, Ruanda, Turquemenistão, Argélia, Bangladesh, Zimbabué e Quénia – que “o trabalho paciente da diplomacia é de extrema importância”.

“A história mostrou-nos que é possível fazer muito progresso na resolução de situações aparentemente insolúveis através de esforços diplomáticos discretos, pacientes e persistentes, inspirados no respeito recíproco, na boa vontade e na convicção moral.”

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Segundo Francisco, a comunidade internacional “não pode renunciar ao seu dever de buscar a paz”: “Promovendo o diálogo, a reconciliação, a compreensão recíproca, o respeito pela dignidade e pelos direitos de cada pessoa e povo, e das exigências do direito internacional”.

O Papa explicou que a Santa Sé, na Assembleia das Nações Unidas, “de acordo com a sua natureza e missão específicas”, procura promover esse diálogo “a serviço do bem comum, sem perseguir objetivos políticos, comerciais ou militares”, com uma “neutralidade positiva”.

Na sua intervenção, e já no contexto do novo ano 2025, indicou que são “convidados a olhar para o futuro com esperança”, e citou a Bula de Proclamação do Jubileu Ordinário de 2025, com o ‘desejo e expectativa do bem, apesar de não saber o que trará consigo o amanhã’.

“A 24 de dezembro inaugurarei o Ano Jubilar da Igreja 2025 abrindo a Porta Santa da Basílica de São Pedro. A mensagem principal do Jubileu é precisamente a da esperança. No momento em que a Igreja embarca numa peregrinação de esperança renovada no poder de Cristo ressuscitado de fazer novas todas as coisas, encorajo os membros da Comunidade Diplomática credenciada junto à Santa Sé a continuarem com coragem e criatividade para promoção de laços de amizade, cooperação e diálogo a serviço da paz.”

“A sua atividade, muitas vezes discreta e escondida, ajudará a lançar as sementes de um futuro de esperança para o nosso mundo cansado de guerra”, acrescentou no discurso publicado pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

Francisco salientou que os novos embaixadores junto da Santa Sé, de 11 países de três continentes – África, Ásia e Europa – assumem as suas novas responsabilidades “num momento crítico para a diplomacia internacional”, e que a Secretaria de Estado e os outros dicastérios e departamentos da Cúria Romana “estão prontos para ajudá-los”.

CB

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