Dia Mundial da Juventude: Papa desafia jovens a transmitir mensagem de esperança, num mundo marcado pela violência e individualismo

JMJ Lisboa 2023 «superou todas as expectativas» – Francisco

Foto João Rebocho/JMJ Lisboa 2023

Cidade do Vaticano, 14 nov 2023 (Ecclesia) – O Papa renovou os seus elogios à JMJ Lisboa 2023, afirmando que o encontro mundial na capital portuguesa “superou todas as expectativas”.

“Nos dias da pandemia alimentamos, no meio de muitas incertezas, a esperança de que esta grande celebração do encontro com Cristo e com outros jovens se pudesse realizar. Esta esperança concretizou-se e, para mim e muitos de quantos lá estiveram presentes, superou todas as expectativas”, refere Francisco, na sua mensagem para 38.º Dia Mundial da Juventude, que se celebra a nível diocesano, este domingo (solenidade de Cristo-Rei), com o tema ‘Alegres na esperança’, uma passagem da cara de São Paulo aos Romanos (Rm 12, 12)

O texto evoca o encontro a nível mundial, que decorreu de 1 a 6 de agosto, em Lisboa, com mais de 1,5 milhões de participantes nas celebrações conclusivas, presididas pelo Papa no Parque Tejo.

“Como foi lindo o nosso encontro em Lisboa! Uma verdadeira e real experiência de transfiguração, uma explosão de luz e alegria”, escreve o Papa.

A mensagem aponta ao Jubileu dos Jovens, no Ano Santo 2025, com o lema “peregrinos da esperança”.

“Vós, jovens, sois a esperança jubilosa duma Igreja e duma humanidade sempre a caminho. Quero tomar-vos pela mão e, junto convosco, percorrer a senda da esperança. Quero falar convosco das nossas alegrias e esperanças, mas também das tristezas e angústias dos nossos corações e da humanidade que sofre”, pode ler-se.

O Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida (Santa Sé) refere, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, que o texto do Papa “dá início a um ciclo de dois anos de mensagens dirigidas aos jovens, ligadas pelo fio condutor da esperança que é o tema do Jubileu de 2025”.

Francisco sublinha que o momento atual é marcado por “experiências de guerra, violência, bullying e várias formas de mal-estar”, para muitos jovens, alertando para os impactos da “indiferença e o individualismo”.

“Sentem-se como que encerrados numa prisão escura, incapazes de ver os raios do sol. Demonstra-o dramaticamente a elevada taxa de suicídio entre os jovens de vários países”, adverte.

O Papa convida os jovens católicos a ser “parte da resposta de Deus” a este problema, como aconteceu na vida de muitos santos, que “foram testemunhas de esperança mesmo no meio da maldade humana mais cruel”.

“A esperança cristã não é otimismo fácil nem uma panaceia para simplórios: é a certeza, radicada no amor e na fé, de que Deus nunca nos deixa sozinhos e mantém a sua promessa”, precisa.

Francisco destaca que esta esperança é alimentada pela oração e por opções quotidianas.

“Exorto-vos a escolher um estilo de vida baseado na esperança. Dou um exemplo: nas redes sociais, parece mais fácil partilhar notícias más do que notícias de esperança. Assim deixo-vos uma proposta concreta: tentai partilhar cada dia uma palavra de esperança. Tornai-vos semeadores de esperança na vida dos vossos amigos e de quantos vos rodeiam”, apela.

Cinco anos depois da Assembleia Sinodal de 2018, dedicada aos Jovens, o Papa considera que é tempo de fazer um “ponto da situação” e “trabalhar com esperança para a plena implementação daquele Sínodo inesquecível”.

A Jornada Mundial da Juventude nasceu por iniciativa de São João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma.

Cada JMJ realiza-se, anualmente, a nível diocesano (inicialmente no Domingo de Ramos e atualmente na solenidade litúrgica de Cristo-Rei), alternando com um encontro internacional, numa grande cidade; até hoje houve 37 JMJ, com 15 edições internacionais em quatro continentes.

O Vaticano apresentou a 14 de maio de 2021 as novas orientações pastorais para celebrar a JMJ a nível diocesano, desafiando as comunidades católicas a apostar nos jovens.

“É necessário ter a coragem de envolver e confiar papéis ativos aos jovens, tanto aqueles que vêm das diferentes realidades pastorais presentes na diocese quanto aqueles que não pertencem a nenhuma comunidade, grupo de jovens, associação ou movimento”, refere o texto.

OC

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