Vaticano: «Hospital do Papa» completa 150 anos de atividade

Unidade de saúde «Bambino Gesù» privilegia o tratamento de crianças mais carenciadas

Foto: Vatican News

Cidade do Vaticano, 19 mar 2019 (Ecclesia) – O Hospital Bambino Gesù, uma instituição ligada ao Papa, com sede em Roma, e orientada para a prestação de cuidados de saúde a crianças necessitadas, completa hoje 150 anos de atividade.

De acordo com o portal Vatican News, a data foi assinalada esta terça-feira com um evento festivo que junto na sede da instituição, em São Paulo Fora dos Muros, o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, e o presidente de Itália, Sergio Mattarella.

Como tema das comemorações foi escolhido o slogan ‘O futuro é uma história de crianças’.

Inaugurado a 19 de março de 1869, o Hospital Pediátrico ‘Bambino Gesù’ foi o primeiro projeto do género a surgir em Itália e tem-se afirmado ao longo dos anos como “ponto de referência”, em termos clínicos e científicos, na área da prestação de cuidados de saúde a crianças, sobretudo mais desfavorecidas.

Em 1924 a instituição foi doada à Santa Sé, na altura ao Papa Pio XI, no sentido de “dar mais estabilidade” a este projeto de saúde orientado para os mais novos, ficando assim com o epipeto de ‘Hospital do Papa’.

Desde então, o acompanhamento prestado pelos vários pontífices ao hospital tem sido próximo e constante, com a preocupação centrada na prestação de um serviço cada vez mais eficiente e inovador.

Na última visita que o Papa Francisco realizou a esta unidade de saúde, uma visita surpresa no início deste ano, a 5 de janeiro, ele esteve com várias crianças doentes, acompanhadas pelos pais.

Atualmente o Hospital Pediátrico ‘Bambino Gesù’ conta com 122 camas, das quais 8 dedicadas à reanimação e 30 à neurorreabilitação, destinadas a recém-nascidos, crianças e adolescentes afetadas por doenças neurológicas incapacitantes.

Este projeto estende-se também a outros países, em termos de assistência e cooperação, em especial em zonas mais periféricas como Camboja, República Centro-africana, Jordânia, Síria, Índia, Tanzânia e Etiópia.

Rússia ou China são exemplos de outras nações que contam com projetos de colaboração, concretamente com estruturas hospitalares e universitárias que preveem atividades de formação e assistência clínico-cirúrgica.

Quanto à sede, em Roma, a prioridade vai para o atendimento a paróquias e bairros mais necessitados, contando para isso com a ação de uma Unidade Móvel.

Para este ano, de acordo com a presidente da instituição, Mariella Enoc, “estão previstas expansões em diferentes sedes, como a abertura e a construção, respectivamente, de um Centro para Cuidados Paliativos Pediátricos e outro para o Tratamento de Tumores e Transplantes”.

“ O hospital continua a apostar na ciência com trabalhos que buscam o aperfeiçoamento de transplantes e o uso de células-tronco, bem como a pesquisa no âmbito imunológico e genético, mas sempre em benefício das crianças”, realça aquela responsável, que destaca ainda o fator humano, de relação com os doentes, como parte essencial de todo o projeto.

“No centro da nossa atenção permanecem as crianças e as suas famílias, pai, mãe, avós e, sobretudo, os irmãos. Aquilo que repito sempre aos médicos é que tenham tempo para fazer as visitas, porque a relação faz parte do processo de tratamento, que se dediquem bastante à escuta tão importante nos momentos de dificuldade”, frisa a presidente do Hospital ‘Bambino Gesù’.

JCP

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