Turismo: Vaticano denuncia precariedade e salários «injustos»

Mensagem para o dia mundial convida a «repensar» setor, perante impacto da guerra e da pandemia

Cidade do Vaticano, 27 set 2022 (Ecclesia) – O Vaticano alertou hoje, numa mensagem para o Dia Mundial do Turismo 2022, para a precaridade e injustiça salarial no setor, pedindo uma “mudança de rumo”.

“A atividade turística, como verdadeira indústria, deve ser levada a cabo segundo princípios de equidade e transformação social. Isso acontece, por exemplo, quando os direitos laborais de quem trabalha no setor são respeitados, a todos os níveis e em todos os países”, escreve o cardeal Michael Czerny, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral.

O colaborador do Papa destaca que muitas pessoas “trabalham em condições precárias e, às vezes, ilegalmente, com salários injustos, obrigados a trabalhar muito, muitas vezes longe da família”.

A mensagem segue o tema escolhido pela Organização Mundial do Turismo (OMT), “Repensar o Turismo”, evocando o impacto da pandemia de Covid-19 e da guerra sobre este setor.

“Somos capazes de sair melhores de uma crise que revelou tantas desigualdades e injustiças, quando o próprio turismo, como atividade de lazer e recreação, é desenvolvido no pleno respeito pelos direitos fundamentais”, indica o Vaticano.

O texto aponta ainda à necessidade de um turismo mais sustentável, que reduza o seu impacto na “biodiversidade dos ecossistemas naturais e sociais”.

“Devido à pandemia e à atual crise energética, a conveniência de apostar, sobretudo, no turismo local tornou-se mais evidente”, pode ler-se.

A Igreja Católica assume o “especial interesse” em promover uma visão renovada do turismo, na perspetiva do “desenvolvimento humano integral”, apontando ao VIII Congresso Mundial de Pastoral do Turismo, que se vai realizar em Santiago de Compostela, Espanha, de 5 a 8 de outubro de 2022, sobre o tema “Turismo e Peregrinação: Caminhos de Esperança”.

OC

 

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