Telemóvel ao serviço da fé

Na sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações 2008, que se celebrará a 4 de Maio, o Papa incluía entre os “novos media” os telemóveis. Sem surpresa, chegam a estes ofertas como imagens de santos, mensagens de figuras da Igreja e outros serviços “espirituais” que vão fazendo notícia, um pouco por todo o mundo. SMS e MMS podem ser caminhos para que a Igreja faça passar a sua mensagem? Em declarações à Rádio Vaticano, o Arcebispo Claudio Maria Celli, presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais, admite que há interrogações no plano da comunicação e da ética. Revelando alguma “simpatia” pelo fenómeno da espiritualidade nos tele-móveis, este responsável pede “uma certa atenção”. “Sempre que se possam utilizar as tecnologias modernas, colocadas à nossa disposição, para poder dar uma maior difusão às mensagens da fé ou a conteúdos espirituais de alto nível – penso no Magistério do Papa ou em citações de textos espirituais de Santos bem conhecidos – é bom fazê-lo”, disse. O presidente do CPC fala em “comprimidos de espiritualidade”, mas alerta para “o risco de banalizar um pouco estes conteúdos”, frisando que estes “não são os caminhos da grande espiritualidade”. As experiências são muitas: uma paróquia da localidade polaca de Lublin, no Leste do país, transmite para todo o mundo, através de telemóvel, a Missa em directo, por exemplo. Mais recentemente, ficou a saber-se que a Conferência Episcopal das Filipinas vai divulgar a Bíblia através de telemóveis, usando frases e desenhos animados com histórias do Novo Testamento. Estes métodos de nova evangelização foram pensados depois de a Conferência Episcopal examinar as estatísticas sobre o conhecimento da Bíblia no país. Para o Arcebispo Celli é importante “perceber como prosseguem as coisas, quais são os verdadeiros conteúdos e, portanto, quais são as dimensões exactas desta presença no mundo do telemóvel”. Para já, o presidente do CPC não pensa na necessidade de aplicar a estas situações concretas o conceito de “infoética” lançado por Bento XVI na sua referida mensagem.

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