Solidariedade: Uma palavra para dizer Portugal (c/vídeo)

Conversas na Ecclesia dão voz a projetos sociais em Bragança-Miranda, Elvas e Setúbal a concretizar a certeza de que “ninguém se salva sozinho”

Lisboa, 09 jun 2020 (Ecclesia) – As Cáritas da Diocese de Bragança-Miranda e de Setúbal e o Movimento Teresiano de Apostolado, em Elvas, ativaram vários projetos sociais para responder à crise económica e social gerada pela pandemia, garantindo que “ninguém fica para trás”.

Para o presidente da Cáritas Diocesana de Bragança-Miranda, Portugal “tem sempre encontrado formas de não deixar ninguém para trás” através da “capacidade de doação”.

“É uma matriz nossa, enquanto portugueses, da qual temos de nos orgulhar, e também quanto cristãos”, afirmou o padre José Bento nas Conversas na Ecclesia, esta terça-feira.

O sacerdote de Bragança-Miranda referiu o projeto em curso na diocese criado com Associações de Jovens Africanos e com o Instituto Politécnico de Bragança para ajudar os jovens que estão a estudar e “foram apanhados” pela crise covid-19.

“Este projeto de não deixar jovens para trás está a ter bastante adesão das comunidades da nossa diocese”, sublinhou, valorizando o perdão da rendas por parte de proprietários de habitações, que os ajudam também com bens alimentares.

O padre José Bento referiu a cooperação dos párocos, que “conhecem os agregados familiares que estão a passar por mais dificuldades”, garantindo a ajuda a quem vivia da sua “jeira diária” e foi perdendo alguns rendimentos, no ambiente rural, e, no ambiente urbano, sobretudo aos jovens.

“Quem mais pratica solidariedade na nossa diocese são os vizinhos”, afirmou o presidente da Cáritas de Bragança-Miranda, onde pretende ativar o projeto da “diaconia auditiva” para ir “ao encontro dos outros, para os escutar”, combatendo o medo e ajudando as pessoas “a sair da solidão”.

Em Setúbal, o presidente da Cáritas Diocesana recorda a “explosão de pedidos” com o agravar da crise social e económica, a que se acrescentou o isolamento das pessoas que faziam voluntariado e garantiam a ajuda a quem precisa nos grupos de ação social paroquial por serem sobretudo idosas, aconselhadas a “ficar confinadas”.

“Deus providencia! E os jovens acordaram para esta necessidade, quer escuteiros quer outros jovens, e aproximaram-se generosamente dos grupos e têm feito um trabalho extraordinários. Isto é profético”, afirmou Domingos Sousa.

O presidente da Cáritas de Setúbal referiu também a solidariedade crescente por parte de pessoas e instituições que “se tem aproximado da Igreja e de grupos paroquiais”, assegurando dessa forma que “o apoio alimentar essencial não tem faltado”.

Domingos Sousa lembrou a campanha em curso na Diocese de Setúbal “Na partilha não há distância” para “angariar meios para complementar as ajudas locais que são feitas pelas paroquias”, acrescentando que existe a partilha entre paróquias, na sua “relação de vizinhança”, onde umas ajudam outras.

Para o presidente da Cáritas de Setúbal, o povo português é “extremamente solidário” e no momento de crise “arregaça as mangas e vai em frente”, afirmou.

Em Elvas, o Movimento Teresiano de Apostolado dinamizado pela irmã Fátima Magalhães, tem em curso seis projetos sociais, a nível da infância, dos idosos, da ajuda a pessoas em situação de sem abrigo, pobres e nas prisões.

“Muita gente pequena a fazer coisas pequenas em lugares pequenos da terra pode transformar a face da terra”, afirmou a religiosa, lembrando o seu lema para nunca desistir do outro, que considera sempre um “irmão de caminhada”.

A irmã Fátima Magalhães valorizou o “grande entendimento” entre organizações sociais que se juntaram para ajudar quem precisa, neste contexto de pandemia, referindo que “o que importa é que não falte nada a ninguém”.

Para a religiosa, a crise social e económica que existe está a “reacender o entusiasmo de ser voluntário”, seja no “SOS de escuta para atender idosos e mães solteiras”, seja para colaborar na “emergência social alimentar” através da doação de bens ou na sua entrega a quem precisa.

A irmã Fátima Magalhães considera que a “ajuda mútua” é uma das “grandes características de Portugal”.

As conversas na Ecclesia são publicadas de segunda a sexta-feira e abordam temas relacionados com a juventude, no início da semana, depois temas sociais, novas tecnologias, acontecimentos do Vaticano e, à sexta-feira, relacionados com propostas culturais.

PR

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