Sociedade: «Escutismo é uma escola de líderes» – Paulo Pinto (c/vídeo)

Chefe nacional adjunto do CNE fala de um projeto educativo que a sociedade valoriza cada vez mais

Lisboa, 23 abr 2021 (Ecclesia) – Paulo Pinto, chefe nacional adjunto do Corpo Nacional de Escutas (CNE), disse hoje à Agência ECCLESIA que o Escutismo é uma “escola de líderes”, assinalando o Dia Mundial do movimento, assinalado na festa do seu patrono, São Jorge.

“Recordamos a determinação de S. Jorge que, com o bem combatia o mal. É uma inspiração para estes dias de tantos receios e de tantos medos” realça o responsável.

Paulo Pinto fala da importância de o Escutismo se assumir como “um sinal de esperança numa sociedade com medo”.

O fim de semana que mais se aproxima da data litúrgica de S. Jorge é habitualmente marcado por iniciativas que congregam muitos escuteiros, nas diversas Regiões do CNE.

Pelo segundo ano consecutivo, a pandemia limita a aglomeração de pessoas, mas as Regiões têm remetido a celebração para o âmbito digital e para o pequeno grupo.

A Região de Setúbal, por exemplo, reuniu 2800 escuteiros a 17 de abril, nos Jogos da Primavera, uma atividade online.

“O importante é que os escuteiros se continuem a entusiasmar com este dia localmente e de forma segura”, reconhece Paulo Pinto.

Para uma associação de juventude que faz da vida ao ar livre o seu modelo de atividade, estes meses foram um desafio à criatividade e determinação dos dirigentes, os adultos voluntários que coordenam o trabalho com os jovens.

“Nós até já tínhamos as condições de segurança asseguradas pelo nosso método” reconhece o Chefe Nacional Adjunto. O Escutismo trabalha com bandos, patrulhas, equipas e tribos, são pequenos grupos, constituídos entre 6 e 8 jovens consoante a faixa etária e que, já por si, facilitam a autonomia do trabalho no pequeno grupo”, precisa o entrevistado.

O CNE está a acompanhar a fase de desconfinamento que se verifica no país, e as várias secções estão a retomar as suas atividades presenciais.

Tal como aconteceu com as escolas, foram também os Lobitos e Exploradores (grupos etários entre os 6 e os 10 anos e entre os 10 e os 14) os primeiros a retomar as suas atividades.

No início de maio, prevê-se a possibilidade de regressar aos acampamentos, com participação em número reduzido e com um elemento por tenda.

O chefe nacional adjunto dá conta da “alegria e entusiasmo” que chega pelos relatos dos dirigentes que traduzem também a grande vontade dos jovens em retomar as suas atividades de ar livre e de grupo.

No dia 19 de abril foram os Pioneiros e Caminheiros (grupos dos 14 aos 18 e dos 18 aos 22 anos) a retomar as suas atividades presenciais, sujeitas às normas da Direção Geral da Saúde.

Desde o primeiro instante do confinamento, houve uma dimensão do CNE que nunca ficou em casa: “Nunca paramos as nossas ações de voluntariado junto da comunidade”, refere Paulo Pinto.

“Esta atitude do escutismo de estar ao serviço do outro, esteve sempre presente e nunca pode confinar”, acrescenta.

O responsável destaca essa característica do Escutismo de “pensar global e agir local” como um património que leva a sociedade a reconhecer o valor desta associação.

O Escutismo figura entre os nomeados para o Prémio Nobel da Paz e o CNE acaba de ser distinguido com o Prémio do Cidadão Europeu 2020.

Paulo Pinto não tem dúvida de que é esta disponibilidade e espírito de serviço à comunidade que está na base destes reconhecimentos.

Este é um trabalho assegurado em Portugal por mais de 14 mil voluntários adultos que dedicam o seu tempo a um trabalho junto dos 60 mil jovens que integram o CNE.

“O Escutismo trabalha os jovens para serem pessoas ativas na sociedade, e as organizações valorizam muito estas pessoas com capacidade proativa, que são solidárias, que sabem trabalhar em equipa, e sabem que somos uma boa escola de líderes porque os nossos jovens trabalham isso desde muito cedo”, indica o chefe adjunto nacional.

Paulo Pinto lembra ainda o trabalho que o CNE está a desenvolver na preparação da JMJ Lisboa 2023, um esforço articulado com os Comités de Organização Diocesana e Local “para que o Escutismo não seja um simples apoio logístico, mas que os seus elementos participem e se envolvam neste caminho com todos os outros jovens de todo o mundo”.

HM/OC

Sociedade: Corpo Nacional de Escutas assinala Dia Mundial, na festa de São Jorge

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