Sínodo: D. Américo Aguiar sublinha exigência de «fazer caminho em comum», com todas as sensibilidades

Cardeal foi nomeado membro do Dicastério para a Comunicação

Foto: Ricardo Perna

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 04 out 2023 (Ecclesia) – O cardeal português D. Américo Aguiar disse hoje, no Vaticano, que a nova assembleia sinodal exige a disponibilidade de todos para “fazer caminho”, superando posições previamente estabelecidas.

“O Papa pediu que as ideologias, as políticas, as sensibilidades, as alas, todos, se disponibilizem para fazer caminho em comum”, referiu aos jornalistas, após a Missa a que o Papa presidiu com os novos cardeais, criados no consistório do último sábado.

A celebração marcou a abertura da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, cuja primeira sessão decorre até 29 de outubro.

Para o bispo eleito de Setúbal, o fundamental é que se gere um “novo modo de viver em Igreja, sinodalmente”, em que “cada um se sente livre de dizer o que pensa e todos gostam de ouvir o outro”.

“Estamos a fazer caminho e o importante é ter consciência disso”, referiu D. Américo Aguiar.

O responsável português sublinhou os apelos lançados por Francisco, esta manhã, a uma Igreja de portas “abertas”, mostrando-se “particularmente emocionado” com a insistência na mensagem deixada em Lisboa, durante a JMJ, pedindo que sejam acolhidos “todos, todos, todos”.

O Papa voltou a lembrar que o Sínodo não é um parlamento, tem usado essa imagem várias vezes, entre os da direita, da esquerda, progressistas ou conservadores. Houve tempo para tudo, para as pessoas se pronunciaram, nas paróquias, nas comunidades, até por via digital. Todos os pronunciamentos chegaram até ao Sínodo e agora é o momento de o Espírito Santo ser o protagonista”.

Foto: Ricardo Perna

A celebração reuniu os novos cardeais com o Papa, pela primeira vez, após o consistório do último sábado.

“Estávamos ansiosos para que chegasse esta celebração, foi importante, estar com o nosso querido Papa Francisco é sempre particularmente especial”, confessou D. Américo Aguiar.

Ao início da tarde, a Santa Sé anunciou que o cardeal português foi nomeado como membro do Dicastério para a Comunicação.

O responsável falou, antes da divulgação da nomeação, apontando a um “Sínodo mediático” e um “Sínodo real”.

“É sempre assim, vamos ver como vamos ser capazes de equilibrar estes dois modos de olhar, de viver, de sentir o Sínodo, de maneira que o que é mediático não seja tóxico para o verdadeiro Sínodo que está a acontecer e vice-versa, para que no final sejam mais próximos da verdade”, apontou.

D. Américo Aguiar, novo bispo de Setúbal, é o sétimo cardeal português do século XXI e quarto a ser criado no atual pontificado.

A nomeação cardinalícia do presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 foi anunciada a 9 de julho; a 21 de setembro, o Papa nomeou o então auxiliar de Lisboa como novo bispo de Setúbal.

Natural da Diocese do Porto, D. Américo Aguiar nasceu a 12 de dezembro de 1973 e foi ordenado sacerdote em 2001; desde 2016, foi presidente das empresas do Grupo Renascença Multimédia, tendo sido nomeado bispo auxiliar de Lisboa pelo Papa Francisco, a 1 de março de 2019.

O presidente da fundação responsável pela organização da JMJ Lisboa 2023 foi ordenado bispo no Porto a 31 de março de 2019, numa cerimónia que decorreu na Igreja da Trindade, sob a presidência do então cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente.

Parceria Consistório e Sínodo/OC

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