Sínodo 2024: Presidente da CEP une-se a apelo do Papa por jornada de oração e jejum pela paz (c/ vídeo)

D. José Ornelas deseja que responsáveis políticos encontrem soluções «sem ter de recorrer às armas»

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 04 out 2024 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) uniu-se ao apelo do Papa para a celebração de um dia de oração e jejum a 7 de outubro, em que a liturgia católica celebra Nossa Senhora do Rosário.

“Juntarmo-nos em oração e em jejum significa aderir, pela oração e a escuta da Palavra, ao projeto de Deus, que é um projeto de redenção do mundo, não pela violência, mas pela paz, pela fraternidade, pela capacidade de encontrar caminhos juntos”, refere D. José Ornelas, em declarações à Agência ECCLESIA.

O bispo de Leiria-Fátima, que participa na segunda sessão da XVI Assembleia Sinodal, em curso no Vaticano, pediu que os responsáveis internacionais encontrem soluções “sem ter de recorrer às armas”, que são “sempre a ausência de caminhos verdadeiramente humanizadores” e se traduzem sempre em “desastres absolutos”.

Foto: Lusa/EPA

O Papa convocou um dia de oração e jejum pela paz perante o cenário “dramático” que se vive no mundo, com o agravamento de vários conflitos.

“A 7 de outubro, peço a todos que vivam um dia de oração e de jejum pela paz do mundo”, disse, na homilia da Missa de abertura da segunda sessão da Assembleia Sinodal, na Praça de São Pedro.

Para D. José Ornelas, o jejum é “um gesto simbólico que se deve traduzir em real compaixão e solidariedade com aqueles que são atingidos por estes conflitos”.

O responsável adiantou que a CEP vai lançar uma campanha para auxílio a estas populações, “vítimas do que a própria humanidade faz”.

“São milhões de pessoas que ficam afetadas e, sobretudo, são os mais pobres, as crianças e os mais débeis aqueles que pagam a fatura mais dramática de tudo isto”, adverte D. José Ornelas.

A convocação desta jornada, à imagem do que aconteceu na sessão de 2023, é vista pelo representante português como uma decisão “em linha com o que se está a refletir no Sínodo”.

“É uma Igreja sinodal, não ficamos aqui simplesmente a olhar para nós próprios e para dentro da própria Igreja numa autorreferencialidade que é a morte de tudo, mas é natural olhar para o mundo que nos rodeia e ao qual também somos enviados”, indica.

“A sinodalidade significa isso, caminhar juntos para colaborarmos com a sociedade e com todos aqueles que sonham um mundo novo”, acrescenta.

O presidente da CEP deixa o desafio de promover comportamentos que construam “um mundo melhor e mais equilibrado, mais sustentável, mais humano para todos”.

É natural que o Papa peça que nos empenhemos e façamos nossos os problemas, as dores da humanidade, para também dar o nosso contributo para a transformação deste mundo”.

Também o vice-presidente da CEP, D. Virgílio Antunes, presente no Vaticano, se uniu ao apelo do Papa, que no domingo vai rezar na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, pela intenção da paz, com os participantes no Sínodo.

“Fomos convidados e estaremos presentes, porque queremos estar solidários com uma causa que é da humanidade toda e que nos toca tanto a nós também, enquanto cristãos e enquanto portugueses”, disse à Agência ECCLESIA o bispo de Coimbra, convidando a rezar à “Virgem Maria, Rainha da Paz”.

O responsável católico recordou os “povos que sofrem e que morrem”, desejando que o mundo “se possa converter, mudar de atitude”.

“Há um respeito absolutamente necessário, que todos temos de cultivar, e se isso acontecesse, a guerra teria fim”, conclui D. Virgílio Antunes.

OC

Portugal: Conferência Episcopal convida à oração e ao jejum pela paz

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