Sínodo 2021-2023: «Humanizar» a Igreja é o desafio assumido pela proposta diocesana de Viana do Castelo

Texto final da caminhada sinodal pede maior inclusão e participação nos processos de decisão

Foto: Agência Ecclesia/LFS

Viana do Castelo, 02 jul 2022 (Ecclesia) – A Diocese de Viana do Castelo divulgou o texto final da sua caminha sinodal, em resposta ao processo lançado em 2021 pelo Papa Francisco, assumindo como prioridade “humanizar” a Igreja.

“Urge «humanizar» a Igreja, aproximando-a da vida concreta das pessoas, acolhendo-as, sobretudo das que se encontram à margem da vida eclesial, e ajudando-as a percecionar o Evangelho a partir das suas circunstâncias. Nesse âmbito, importa promover o diálogo com os diversos setores da sociedade”, refere o documento, elaborado pela Comissão Sinodal Diocesana e enviado hoje à Agência ECCLESIA.

O Sínodo 2021-2023, com o tema ‘Para uma Igreja Sinodal: comunhão, participação e missão’, decorre numa modalidade inédita, em três fases – diocesana, continental e universal.

As conclusões do processo sinodal, na diocese do Alto Minho, foram apresentadas a 18 de junho, no Centro Pastoral Paulo VI, em Darque.

Segundo os dados divulgados pela comissão responsável, os trabalhos decorreram com a participação de 2428 pessoas, envolvidas em grupos de reflexão paroquial, 278 em assembleias arciprestais e 25 em grupos informais e individuais.

O documento de síntese indica que os participantes apontaram à “pouca comunhão no seio das comunidades cristãs”, falando numa “Igreja cristalizada, na qual se caminha por obrigação”.

Os participantes advertem ainda para a dificuldade da Igreja em “reagir com celeridade às mutações sociais, tornando-se demasiado hierárquica e corporativa”.

O texto final defende a necessidade de uma “renovada visão de Igreja (e de comunidade cristã), menos centrada em multidões”, desejando “maior inclusão e participação na tomada de decisões”.

A valorização dos ministérios laicais e a participação de todos nas celebrações litúrgicas são outras das propostas avançadas, para “celebrar a fé sem pressa e sem pressão”.

A formação de padres e leigos foi outra das preocupações apresentadas, com a sugestão de criar “núcleos de formação (catecumenado)” para a preparação do Batismo de adultos e “laboratórios de formação” para o processo de formação contínua.

Os participantes de Viana do Castelo desejam uma abordagem “mais sinodal na participação e liderança na vida das comunidades paroquiais e diocesana”.

A mudança, precisam, implica “tentar que as decisões sejam tomadas de forma mais «democrática», isto é, não tão autoritária, com vista a irem ao encontro da evolução da sociedade, sem esquecer a importância da transparência na divulgação das conclusões”.

“Urge superar o perigo de fechamento das comunidades, que ainda se revelam mal preparadas para uma mudança ou alteração das suas rotinas”, assumem.

O documento propõe também a oferta de “experiências diferentes e novas de evangelização “às famílias e aos jovens, “pensando e gerando uma pastoral com os mesmos”.

OC

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