Sínodo 2018: A Igreja Católica está a desafiar os jovens à «proatividade» – António Vasconcelos

Responsável nacional das Equipas Jovens de Nossa Senhora espera uma «reflexão séria» sobre os anseios dos mais novos

Lisboa, 01 jun 2017 (Ecclesia) – O responsável nacional das Equipas Jovens de Nossa Senhora diz que o Sínodo que a Igreja Católica vai dedicar às novas gerações, em 2018, é um teste à capacidade da juventude católica dar voz aos seus anseios e inquietudes.

“O Papa pede-nos tantas vezes que saiamos do sofá e façamos as coisas por nós próprios, e depois não podemos ser incoerentes ao ponto de ter uma atitude de espera, de esperar que as coisas sejam feitas por nós”, frisa António Brandão Vasconcelos, para quem o Sínodo é antes de mais um apelo à “proatividade”.

Formado em Economia e Gestão, com 24 anos, António Vasconcelos considera que o Sínodo dos Bispos, que vai refletir sobre a relação dos mais novos com a Igreja Católica, surge numa “fase excelente” para os jovens portugueses.

Em primeiro lugar pela mobilização e resposta que tem havido às propostas pastorais, que são “muitas” e para todas as idades.

Desde “movimentos” juvenis como os “Escuteiros”, ou as próprias Equipas Jovens de Nossa Senhora, a projetos que têm ganho “força” nas dioceses e paróquias, também no meio “universitário” que tão bem conhece e onde surgem as questões mais “complicadas”.

“Há decisões muito grandes a tomar, a entrada na faculdade, a escolha do curso, o acabar o curso e começar a trabalhar, a vocação. Mas perguntar é bom sinal, o pior seria não perguntarmos nada, dormir à sombra da bananeira à espera que tudo aconteça”, sustenta António Vasconcelos.

O Sínodo dos Bispos virado para a juventude, que o Vaticano vai acolher em outubro de 2018, vem na sequência de um outro encontro de responsáveis católicos de todo o mundo, que a Santa Sé dedicou à Família entre 2014 e 2015.

Por agora, o evento está ainda na sua fase preparatória, com o envio a todas as dioceses do mundo de um questionário através do qual se pretende perceber como é que os mais novos podem ser hoje animados a uma presença e a uma participação mais efetivas na sociedade e na Igreja Católica.

António Vasconcelos sublinha o convite à “partilha” de contributos, muito ao estilo do método das Equipas jovens de Nossa Senhora.

Um movimento que, à semelhança de outros que existem pelo país, é “uma riqueza da Igreja” e uma “resposta clara àquilo que são as necessidades dos jovens”.

 “Muito do carisma das Equipas é trabalhar temas de fé para as pessoas crescerem juntas neste caminho” e, no caso do Sínodo, “é muito importante fazer uma reflexão séria sobre aquilo que os jovens estão a precisar”, acrescenta.

‘Os jovens, a fé e o discernimento vocacional’, é o tema reservado para o próximo Sínodos dos Bispos, que o Papa Francisco já disse que quer “aberto a todos os jovens, também os agnósticos ou ateus”.

“A Igreja precisa desta primavera, que é a estação dos jovens. E todos nós temos de escutá-los, eles têm algo a dizer aos adultos, aos padres, aos bispos e ao Papa”, afirmou Francisco em abril deste ano, numa vigília de oração com os mais novos, em Roma.

O Sínodo dos Bispos pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia consultiva de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.

Até hoje houve 14 assembleias gerais ordinárias e três extraordinárias, as últimas das quais dedicadas à Família (2014 e 2015).

LS/JCP

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