Proteção de Menores: Presidente da CEP reforça propósito de «tolerância zero» (c/vídeo)

D. José Ornelas aponta ao relatório da Comissão Independente, em janeiro de 2023, como «um instrumento fundamental»

Fátima, 07 nov 2022 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) reforçou hoje em Fátima a defesa do princípio de “tolerância zero” com casos de abusos sexuais de menores, na Igreja Católica.

“A todos quero garantir que a tolerância zero, nesta matéria, é um firme propósito que queremos ver concretizado, para erradicar este mal na Igreja”, assinalou D. José Ornelas, na abertura da 204.ª Assembleia Plenária da CEP, que decorre até quinta-feira.

O bispo de Leiria-Fátima apontou ao relatório final da Comissão Independente para o Estudo de Abusos Sexuais contra as Crianças na Igreja Católica em Portugal, que vai ser apresentado em janeiro de 2023.

“Permitir-nos-á conhecer a verdade de um passado doloroso, antes de mais para as vítimas de tais abusos, que a todos nos fere e envergonha”, apontou.

O relatório da Comissão Independente, que aguardamos, será um instrumento fundamental que nos ajudará nesse caminho de definição e implementação de estratégias para mitigar a reincidência dos abusos, em complementaridade com os passos já dados pelas Comissões Diocesanas de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis e pela Equipa de Coordenação Nacional destas comissões, cujo trabalho dedicado e empenhado agradeço”.

O presidente da CEP agradeceu a todas as vítimas que “têm dado, corajosamente, o seu testemunho ao longo dos últimos meses”, afirmando que elas ajudam a iluminar esta “sombria realidade que contradiz a identidade e a missão evangelizadora da Igreja”.

“Quero dizer também às vítimas que preferem manter selada no íntimo do coração a sua história que estamos cada vez mais conscientes da dureza da vossa dor, e gostaríamos de poder colaborar convosco na superação destes injustos e, a todos os títulos, inadmissíveis atentados”, acrescentou.

Para D. José Ornelas, este tem sido um “tempo penoso” para leigos e, particularmente, os sacerdotes, por causa do “duro embate” com esta realidade.

“Tem-se revelado também um tempo de purificação, na busca da justiça, através da concreta identificação dessas situações dolorosas, de modo que não se façam generalizações indevidas, nem acusações indiscriminadas e que os responsáveis de tão condenáveis crimes possam ter também um tratamento justo, nas sedes apropriadas”, assumiu.

O bispo de Leiria-Fátima citou a intervenção que fez na abertura do último Simpósio do Clero, a 29 de agosto, para sublinhar que a Igreja Católica em Portugal está a fazer “um caminho necessário de identificação de males que existiram e continuam presentes”, para que os possa assumir “na sua realidade dolorosa, como processo de conversão e de libertação para todos”.

Foto Agência ECCLESIA/PR

OC

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