«Estamos pressionadíssimos com vulnerabilidades de cada vez mais tipologias» – Rita Valadas
Lisboa, 17 mar 2022 (Ecclesia) – A Cáritas Portuguesa está a viver a sua Semana Nacional 2022 que inclui, a partir de hoje, o peditório anual, que regressa à rua nalgumas dioceses, juntando-se à recolha de donativos online.
“Este ano mais do que nunca precisamos porque há aqui uma complexidade diferente de sobreposição de apelos a que temos de responder e a situação não é fácil”, disse esta manhã a presidente da organização católica, Rita Valadas, em declarações aos jornalistas na apresentação do relatório ‘Mercados de Trabalho Inclusivos – Assegurar que ninguém fica para trás’.
A responsável observa que para conseguirem “apoiar” quem mais precisa e recorre aos seus serviços a organização também precisa que “os apoiem”, e no seu sítio online, “em caritas.pt, podem ver como o podem fazer”.
Segundo Rita Valadas, o peditório de rua, que começou a ser dinamizado hoje e vai terminar no próximo domingo, permite uma outra proximidade das pessoas à Cáritas e destaca que “todos os voluntários veem com muito gosto esta participação, esta proximidade que lhes permite falar do seu trabalho”.
“Nem todas as dioceses vão fazer peditório de rua, por isso é que se mantém a importância de olhar os outros meios de doação, que são online”, acrescentou.
A presidente da Cáritas Portuguesa assinala que na rua “vão estar muitas pessoas identificadas com a Cáritas”, e se existir “alguma dúvida” pede às pessoas que não se hesitem em perguntar, “seja o que aqui se passa em Portugal, seja a forma como apoiamos os refugiados da Ucrânia”.
‘O amor que transforma’ é o tema da Semana Nacional da Cáritas 2022 (de 13 a 20 de março), e Rita Valadas afirma que “não é propriamente um ano de vontade de celebrar” por causa da pandemia de Covid-19, de uma “guerra na Europa”, o que leva a organização católica a estar “pressionadíssima com vulnerabilidades de cada vez mais tipologias”.
“O que mais evidencia que Cáritas é ‘o amor que transforma’ é esta capacidade de sempre se adaptar às necessidades em cada momento e agora são sobrepostas”, realçou a sua presidente.
A Cáritas Portuguesa é constituída por 20 Cáritas Diocesanas que anualmente respondem a cerca de 120 mil pessoas vulneráveis através de uma resposta social de emergência (alimentação, pagamento de despesas de água luz e habitação), mas, também, através da implementação de programas de empregabilidade e outras formas de inserção social.
Em 2021 foram realizados “116 mil atendimentos”, no âmbito da Rede Nacional Cáritas, e foram ajudadas “18 mil pessoas” no programa ‘Inverter a curva da pobreza em Portugal’, de resposta específica à crise pandémica, na qual as maiores necessidades foram sentidas nas despesas de “habitação, saúde e eletricidade”.
Neste momento a organização tem também a decorrer uma campanha de solidariedade com a Ucrânia.
CB/OC