Portugal: Oitavário pela Unidade dos Cristãos «é tempo de reavivamento da chama ecuménica» – Reverendo Sérgio Alves, da Igreja Lusitana

História e trabalho desenvolvido pela Comissão Ecuménica do Porto, na voz de três membros

Porto, 22 jan 2024 (Ecclesia) – O reverendo Sérgio Alves, da Igreja Lusitana e membro da Comissão Ecuménica do Porto, considera que o Oitavário de Oração pela Unidade dos Cristãos, que decorre de 18 a 25 de janeiro, é “um tempo de reavivamento da própria chama ecuménica”.

“É um tempo aglutinador, é um tempo de oração, é também um tempo de encontro, de fortalecimento, de relação, mas também um tempo de envio, um tempo de reavivamento da própria chama ecuménica”, afirmou.

A Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos esteve em destaque no Programa ECCLESIA, transmitido hoje na RTP2.

O padre Mário Henrique, da Igreja Católica, o reverendo Sérgio Alves, da Igreja Lusitana, e o pastor Eduardo Meixieira, da Igreja Metodista, e também membros da Comissão Ecuménica do Porto, foram os convidados, tendo abordado o trabalho desenvolvido pela Comissão Ecuménica do Porto.

“Eu penso que a nossa Comissão Ecuménica aqui do Porto tem feito um trabalho exemplar, dedicado, dentro daquilo que nos é possível, como é evidente, sobretudo na Área Metropolitana do Porto, onde ele é mais necessário. Contamos neste momento com diversas igrejas”, começa por contar o padre Mário Henrique.

O sacerdote assinala o facto de na Comissão Ecuménica do Porto todas as Igrejas se entenderem bem, apesar de o mesmo não acontecer politicamente, nomeando no caso da Igreja Ortodoxa, por causa da guerra na Ucrânia.

“É um sinal muito bonito, mesmo muito bonito. E é um sinal, sobretudo, de que pelo menos podemos rezar juntos, pela paz, pela sã convivência entre os povos, pela integração de culturas, pela enculturação do cristianismo, como deve ser, respeitando todos”, manifesta.

O padre Mário Henrique explica que a Comissão Ecuménica do Porto reúne mensalmente e planeia um roteiro ecuménico.

“Todos os meses esforçarmo-nos para que haja uma atividade na cidade de Porto, que passa pela oração, pela reflexão, por momentos culturais, de formação, por aí fora”, destaca.

Queremos, sobretudo, transmitir a comunhão possível, obviamente, mas, sobretudo, esta necessidade que temos de vivermos mais unidos, porque, de facto, somos todos cristãos. E, se procurarmos a verdade, havemos de nos encontrar. É isso que nos define e, depois, com o tempo, tornamo-nos grandes amigos”.

De acordo com o reverendo Sérgio Alves, este “é um roteiro ecuménico que quer, como o próprio nome indica, proporcionar às pessoas um caminho, um conjunto de experiências na diversidade que caracteriza a identidade das várias igrejas cristãs”.

“Assumindo também como ano dos 50 anos do 25 de abril em Portugal, iremos promover uma iniciativa ecuménica e inter-religiosa no Dia da Liberdade religiosa, portanto dia 22 de junho de 2024”, adianta o entrevistado, que acrescenta que no final do ano, é um dos objetivos recuperar os “Cantares de Natal” para e com os jovens.

“Os nossos pais, que serviram também a causa da unidade, nas reflexões que nos chegam, através de alguns testemunhos escritos, referiam o Porto como o Porto ecuménico. O Porto ecuménico, porque o Porto de facto é uma cidade de pontes, é uma cidade também que sabe unir e criar condições para unir as margens, e as margens também representam esta diversidade que somos e que nos caracteriza”, salienta.

Questionado sobre se a união entre igrejas se faz sentir nas comunidades, o pastor Eduardo Meixieira confirma e diz que tentam incentivar os membros a juntarem-se em movimento ecuménico.

“Para a Igreja Lusitana, o ecumenismo não é uma área estratégica, é um dom para a missão. Nesse sentido, para nós, viver a causa da unidade na oração e na prática faz parte integrante daquilo que é a missão da Igreja e dos nossos planos pastorais e de relação entre todos”, disse o reverendo Sérgio Alves.

O padre Mário Henrique considera que para a Igreja Católica “é muito importante que se passe de uma perceção do ecumenismo como algo interessante para algo que é necessário”.

Necessário até como sacramento, como sinal. É muito importante, eu penso que estamos a fazer esse trabalho, sobretudo aqui mais na cidade do Porto, grande cidade do Porto, mas é muito importante que se dê esse passo concretamente”, referiu.

PR/LJ

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