Portugal: Número de voluntários nas ONG diminuiu na última década

Estudo da UCP, encomendado pela Fundação Calouste Gulbenkian, propõe recomendações estratégicas

Foto: SDPJuventude e Vocações de Portalegre-Castelo Branco

Lisboa, 15 nov 2024 (Ecclesia) – O estudo da UCP “Diagnóstico das ONG em Portugal 2015-2024”, encomendado pela Fundação Calouste Gulbenkian, mostrou uma quebra do número de voluntários no período em análise.

“Entre 2014 e 2024, as ONG prestaram mais serviços e apoiaram mais cidadãos, sobretudo durante a pandemia, período em que tiveram um papel chave. Contudo, tiveram de fazê-lo com menos associados e menos voluntários”, refere uma nota enviada hoje à Agência ECCLESIA.

Embora o número de associados tenha decrescido, o número de beneficiários mais do que duplicou; os colaboradores remunerados nas ONG aumentaram e a sua qualificação melhorou, mas continuam a registar-se dificuldades na renovação dos órgãos sociais.

O estudo será apresentado e debatido na conferência “Cidadãos Ativ@s: Unindo Vozes, Inspirando Mudanças”, que decorre no dia 20 de novembro, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

O “Diagnóstico das ONG em Portugal 2015-2024” propõe recomendações estratégicas para o fortalecimento e sustentabilidade do setor e aponta para a necessidade cada vez mais evidente da “adoção de práticas de transparência por forma a atrair mais investimento e fortalecer a confiança das entidades financiadoras”.

Para Américo Mendes, coordenador da ATES – Área Transversal de Economia Social, unidade da Universidade Católica Portuguesa no âmbito da qual este estudo foi realizado, “é muito necessário reconhecer a importância e a natureza económica do que é produzido pelas ONG”.

Raquel Campos Franco, cocoordenadora do estudo e docente da Católica Porto Business School, assinala que “a comparação com outros países europeus – nomeadamente a Grécia, a Noruega, o Reino Unido e a Roménia – tornou evidente como são diferentes os padrões de desenvolvimento do terceiro setor na Europa e como Portugal se distingue”.

Pedro Calado, diretor do Programa Cidadãos Ativ@s, entende que “o acompanhamento da atividade das ONG e o conhecimento sobre a sua evolução, desafios e possibilidades, são cruciais para estruturar respostas de apoio e incentivo à sua atuação, promovendo a sustentabilidade e maximizando o seu impacto na sociedade”.

OC

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