Portugal: Igreja Católica assinalou 700 anos da Marinha Portuguesa

Numa celebração nos Jerónimos, D. Manuel Linda lembrou todos quantos colocaram a sua vida «ao serviço de uma grande causa»

Lisboa, 30 nov 2017 (Ecclesia) – A Diocese das Forças Armadas e das Forças de Segurança assinalou, com uma eucaristia no Mosteiro dos Jerónimos, os 700 anos da Marinha Portuguesa.

Na sua homilia, o bispo responsável por este setor pastoral, D. Manuel Linda, recordou todos quantos, ao longo dos séculos, dedicaram a sua vida ao “serviço da nação” no mar, e também ao “serviço de Deus” e da Igreja Católica, do seu esforço de evangelização.

Homens e mulheres como Vasco da Gama ou Pedro Alvares Cabral, “e tantos outros para quem a Cruz de Cristo era mais do que um simples adorno das velas. Por isso, nos seus navios, havia sempre espaço para as mercadorias, mas não menos para os missionários”.

“A religião em nada diminui a pessoa. Pelo contrário, projeta-a para o sentido da vida, para a nobreza do ideal, para o mundo dos valores, para a grande meta que nos distingue dos animais”, afirmou D. Manuel Linda.

Aquele responsável enalteceu um setor a quem se reconhece ao longo dos tempos “a glória” que “se conquista no sacrifício de uma vida colocada ao serviço de uma grande causa”.

E que no caso da Marinha Portuguesa, teve tantas causas, desde os Descobrimentos à defesa do território nacional ou a participação na resolução de conflitos ou dramas humanitários em outras latitudes.

Como mais recentemente tem acontecido com a crise dos refugiados, dos milhares de homens e mulheres que têm procurado entrar na Europa a partir do mar Mediterrâneo.

Numa mensagem a todos quantos hoje integram os quadros da Marinha Portuguesa, o bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança pediu que prossigam com a busca dessa “glória” nos tempos atuais, e rejeitem “a falaz celebridade”.

“Procurai-a. Vivei-a”, desafiou D. Manuel Linda, que deixou depois algumas propostas “de acesso” a esse caminho.

Como a “persistência discreta”, o convite a “nunca desanimar” e “a alegria íntima do dever continuamente cumprido”.

“O herói é discreto. É o caso das mães que todos os dias repetem os mesmos gestos de dedicação aos filhos, ao longo de anos e anos, e não vêm para a praça pública pedir reconhecimento dessa sua dádiva”, apontou.

Depois também a prioridade ao agir “em função dos outros”, tendo em mente a mensagem de Cristo: “Aquele que pensa guardar para si a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontrá-la em plenitude” (Mt 16, 25)”.

E a busca de virtudes como a honradez, a fidelidade e paciência, a generosidade, o espírito de sacrifício, “não no sentido masoquista” mas da “aceitação dos trabalhos inerentes à vida, pois o que é grandioso supõe sempre investimento”, lembrou D. Manuel Linda.

JCP

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