Portugal: Conferência Episcopal manifesta «grande consternação» pela morte de D. Daniel Henriques

Bispos recordam auxiliar de Lisboa como homem de Igreja, «próximo de todos»

Foto: Agência ECCLESIA/MC

Lisboa, 04 nov 2022 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) manifestou hoje “grande consternação” pela morte de D. Daniel Henriques, bispo auxiliar de Lisboa, aos 56 anos de idade, evocando um homem de Igreja, “próximo de todos”.

Em nota enviada à Agência ECCLESIA, os bispos manifestam sentimentos de “esperança”, na fé, a sua oração e solidariedade fraterna com familiares e todos os que o falecido bispo serviu.

“Ao seu curto ministério episcopal de apenas quatro anos corresponde uma densa entrega ao serviço da Igreja em Portugal, no seio da Conferência Episcopal, particularmente como membro das comissões episcopais da Educação Cristã e Doutrina da Fé e da Pastoral Social e Mobilidade Humana”, refere o documento.

“Nesta dedicou particular atenção a setores pastorais ligados às migrações e ao apostolado do mar. Mas foi sobretudo no Patriarcado de Lisboa que se mostrou sempre próximo de todos os fiéis, pastores e comunidades cristãs, numa contínua peregrinação que o conduziu agora à oblação plena na comunhão com Deus”, acrescenta a CEP.

A nota recorda as palavras proferidas por D. Manuel Clemente na homilia da sua ordenação episcopal, a 25 de novembro de 2018, então dirigidas a D. Daniel Henriques e D. Rui Valério: “Que felicidade a nossa, por reconhecermos no vosso percurso eclesial a marca do Espírito Santo e os sinais vivos do seu Reino! Nesta hora abençoada da vossa vida é a bênção de Deus que mais uma vez se concretiza para todos nós. Para nós e para muitos, que darão graças a Deus pelo vosso serviço total e garantido!”.

“Rezemos para que o Senhor o acolha no seu Reino eterno de paz e amor e que junto de Deus Pai seja nosso intercessor”, concluem os bispos portugueses.

D. Daniel Henriques, que se encontrava internado numa unidade de Cuidados Paliativos, faleceu na última madrugada, vítima de doença, informou o Patriarcado de Lisboa, em nota enviada à Agência ECCLESIA.

A partir das 18h00 desta sexta-feira, o corpo de D. Daniel Henriques será velado na Sé de Lisboa onde, “a seu pedido”, vai ser rezado o Terço, seguido de Ofício de Leitura, acrescenta a informação.

A Missa exequial vai ser celebrada este sábado, às 11h00, na Sé, presidida por D. Manuel Clemente, cardeal-patriarca de Lisboa, seguindo o corpo para a Igreja Paroquial de Santo Isidoro, onde chegará pelas 16h00, sendo sepultado no cemitério local.

Natural de Ribamar, Paróquia de Santo Isidoro e Concelho de Mafra, Daniel Batalha Henriques nasceu em 1966, foi ordenado diácono em 1989 e padre no dia 1 de julho de 1990, no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa

A colaboração na Equipa Sacerdotal do Seminário Patriarcal de São Paulo, em Almada, foi um dos primeiros trabalhos pedidos ao padre Daniel Batalha, que integrou também o Conselho Presbiteral desde a década de 90, primeiro em representação dos padres novos, depois do setor dos seminários e vocações e atualmente do Cabido da Sé de Lisboa.

Em 1997 inicia funções como pároco na região de Loures, em 2005 foi nomeado para a paróquia de Algés e depois, em 2010, para a de Cruz Quebrada, até iniciar o trabalho em Torres Vedras, em 2016.

No Patriarcado de Lisboa, o padre Daniel Henriques foi também diretor espiritual do Seminário de Cristo Rei dos Olivais, responsável pelo Serviço de Animação Missionária e membro do Cabido da Sé Metropolitana Patriarcal de Lisboa.

Nomeado bispo auxiliar de Lisboa, com o título simbólico de ‘Acquae Tibilitane’ (antiga diocese no território da atual Argélia), a ordenação episcopal decorreu no dia 25 de novembro de 2018, no Mosteiro dos Jerónimos.

“Partiu em paz, como em paz viveu toda a sua doença e sobretudo estas últimas semanas de hospitalização. Sempre a lembrar-se daqueles que generosamente servia e a oferecer-se por eles. Especialmente pela Diocese e pela Jornada Mundial da Juventude que preparamos, dando à sua partida um sentido salvador para todos, unido à Páscoa de Cristo”, escreve D. Manuel Clemente, numa mensagem à diocese.

OC

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