Vaticano: Trabalhar as vocações é mais do que «procurar novos membros para um clube» – Papa Francisco

Centros Nacionais para as Vocações das Igrejas da Europa encontraram-se em Roma

Foto Vatican Media

Cidade do Vaticano, 07 jun 2019 (Ecclesia) – O Papa encontrou-se hoje no Vaticano com os participantes do Congresso de Centros Nacionais para as Vocações das Igrejas da Europa, e apelou a colocar o testemunho no centro de todo o trabalho pastoral.

Numa intervenção publicada pelo portal Vaticano News, Francisco frisou que “o crescimento da Igreja” acontece a partir de uma lógica de “atração, não por proselitismo” e que, nessa Igreja linha, buscar novas vocações não é o mesmo que “procurar novos membros para um clube”.

“Para chegarmos ao coração deles é preciso, antes de mais nada, falar uma língua que eles compreendam”, apontou o Papa argentino, que considerou a questão do diálogo com as novas gerações como um dos maiores desafios da Igreja Católica, numa época marcada pela explosão das novas tecnologias de comunicação, que retiram espaço à relação pessoal, cara a cara, “coração a coração”, como também já chegou a referir.

“É um trabalho que tem de ser feito passo a passo. Quem trabalha com os jovens, portanto, não deve impor, mas sim acompanhar, guiar e ajudar para que o encontro com o Senhor os faça ver qual é o caminho da vida”, acrescentou.

O Papa admitiu ainda que a pastoral com os jovens implica dar às estruturas da Igreja Católica uma maior dinâmica porque, quanto se trata dos mais novos, não é possível pensar em soluções cómodas ou instaladas.

“Hoje os jovens estão em movimento e devemos trabalhar com eles em movimento e tentar ajudá-los a encontrar a sua vocação de vida. Isto cansa… Temos de nos mexer! Não podemos trabalhar as vocações sem nos cansarmos”, apontou Francisco, que deixou três atitudes essenciais para trabalhar este setor no chamado Velho Continente.

A santidade, sinónimo de uma vida que “produziu frutos”, a comunhão, porque toda e qualquer pastoral implica fazer “caminho em conjunto” e a vocação, que muitas vezes parece estar “excluída do vocabulário da fé” porque parece implicar uma perda da liberdade, quando “Deus, pelo contrário, incentiva cada um à liberdade”.

“Precisamos de homens e mulheres, leigos e consagrados, apaixonados”, sustentou o Papa argentino, que alertou no entanto para o perigo de, nas estruturas da Igreja, a pastoral vocacional ficar apenas sobre os ombros de alguns.

“A pastoral vocacional não pode ser tarefa somente de alguns líderes, mas da comunidade”, completou.

JCP

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