Padre Américo: Vice-postulador destaca sintonia com o Papa Francisco, na «opção preferencial pelos pobres»

Reconhecimento das virtudes heroicas «é uma grande alegria, uma prenda natalícia para a Igreja em Portugal», diz o padre Manuel Mendes

Miranda do Corvo, 12 dez 2019 (Ecclesia) – O vice-postulador da Causa da Canonização do Padre Américo disse hoje que o reconhecimento das “virtudes heroicas” do fundador da Obra da Rua, pelo Papa Francisco, pode gerar “novo dinamismo” na atenção aos pobres.

“Como figura crucial, central de Igreja no século XX, é uma grande alegria, uma prenda natalícia para a Igreja em Portugal, e não só. O padre Américo como precursor do II Concílio do Vaticano está em sintonia com o Papa Francisco, de uma Igreja que fez e faz, e fará, uma opção preferencial pelos pobres”, afirmou o padre Manuel Mendes à Agência ECCLESIA.

O sacerdote, diretor da Casa do Gaiato de Miranda do Corvo/Coimbra, sublinhou que o padre Américo Aguiar procurou seguir o “Evangelho da vida que é Jesus”, que “centrou a sua atenção nos últimos, nos pobres”.

“Foi um servidor dos pobres, [reconhecimento] pode ter dinâmica vocacional de serviço à Igreja e também no ministério presbiteral”, acrescentou.

O reconhecimento das “virtudes heroicas” é um passo central no processo que leva à proclamação de um fiel católico como beato, penúltima etapa para a declaração da santidade; para a beatificação, exige-se o reconhecimento de um milagre atribuído à intercessão do agora venerável.

“Vivemos uma fase que é orante; Identificar um sinal extraordinário, têm sido publicados testemunhos no boletim da causa testemunhos de intercessão, este aspeto é importante”, refere o vice-postulador da Causa da Canonização do Servo de Deus Padre Américo, assinalando que o sacerdote “já é reconhecido como santo pelo povo”.

Américo Monteiro de Aguiar, conhecido como padre Américo, institui a Obra da Rua, em janeiro de 1940, com a fundação da primeira Casa do Gaiato; Faleceu aos 68 anos, e o seu processo de beatificação foi introduzido em 1986.

O padre Manuel Mendes destaca que o fundador da Casa do Gaiato “é muito maior do que a sua obra” e frisa que é o “testemunho de uma figura que a Igreja em P pode tomar como modelo”.

A beatificação é importante para nós que continuamos a caminhar e somos interpelados por situações de fragilidade e situações difíceis que nos batem à porta todos os dias nas várias casas e também in loco nos locais que visitamos. Se deixarmos a casa do pobre não estamos a ser fiéis ao seu projeto, e o pobre hoje tem várias dimensões e vertentes mas continua a ter sempre a desorientação, a desagregação familiar”.

O diretor da Casa do Gaiato de Miranda do Corvo/Coimbra explica que, para esta obra, o reconhecimento das “virtudes heroicas” pode ter também um “novo dinamismo vocacional e de interpelação para os dias de hoje” sobre “quem são os pobres” e a preocupação pela família.

“Ele tinha uma frase importante: ‘Todo o regresso a Nazaré é progresso social cristão’. Sem famílias, não poderemos construir uma sociedade feliz, e, neste momento, somos confrontados com crianças e adolescentes que vêm de África para Portugal, embora tenhamos casas em África, pedindo ajuda para os seus cuidados primários”, contextualizou.

O padre Américo nasceu em Galegos, Penafiel, a 23 de outubro de 1887 e faleceu no Hospital de Santo António, Porto, a 16 de julho de 1956, tendo sido sepultado na Capela da Casa do Gaiato de Paço de Sousa, Penafiel.

CB/OC

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