Natal: «Não podemos contentar-nos com os aspetos exteriores da festa», afirmou o bispo de Beja

“Celebrar o Natal é dizer não à violência egoísta, é criar espaço para acolher a diferença”.

Foto Agência ECCLESIA/HM

Beja, 26 dez 2023 (Ecclesia) – O bispo de Beja, D. João Marcos, alertou os cristãos, na homilia da missa de Natal, que “não” podem contentar-se com os “aspetos exteriores da festa” e que devem “mergulhar neste mistério do amor de Deus”.

“Nesta sociedade materialista que é a nossa, o Natal perdeu, para muitos, todo e qualquer sentido religioso. As prendas, as ceias, o afã das compras, as iluminações públicas das ruas e praças, preenchem a vida de grande parte dos nossos contemporâneos nestes dias do fim do ano, em que ocorre esta solenidade, depois do solstício do inverno. Mas nós, que por misericórdia de Deus acreditamos em Cristo, não podemos contentar-nos com os aspetos exteriores da festa. Procuremos mergulhar neste mistério do amor de Deus que desce do Céu à terra para nos salvar, para nos levar da terra para o Céu”, disse o bispo de Beja na Sé daquela cidade.

Para D. João Marcos, “o conhecimento de Deus que Jesus nos oferece não se resume a uma informação teórica e racional” porque “no Natal comemoramos o mistério da Encarnação, ou seja, o Nascimento e a manifestação do Filho de Deus que, por amor de nós, assumiu a natureza humana e Se fez Homem”.

O lugar dos cristãos é “central e muito importante” e não podem “esquecer a responsabilidade” que advém da “ordem divina de transformar o mundo”.

“Mas como não somos deuses, não temos o direito de dispor da vida dos nossos irmãos, como acontece nas guerras, em todas as guerras, quando os outros nos surgem como obstáculo que impede a realização dos nossos programas”, acrescentou o bispo de Beja.

“Todas as guerras são negativas porque fazem crescer o ódio e, com ele, as dificuldades de coabitação pacífica. Todas as guerras, desde as pequenas guerras que destroem famílias até às grandes guerras que destroem nações, são negativas. Celebrar o Natal é dizer não à violência egoísta, é criar espaço para acolher a diferença”.

“Enquanto não nos virmos como irmãos, porque filhos do mesmo Pai, são inevitáveis entre nós as guerras que tudo destroem, e enquanto não vivermos resgatados pelo Sangue de Cristo, Cordeiro inocente, o ciclo infernal da violência não deixará espaço para o amor fraterno”, sublinhou D. João Marcos na homilia da missa da meia-noite.

LFS

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