Sacerdote da Prelatura do Opus Dei publicou livro para «ajudar as pessoas a preparar bem o Natal»
Lisboa, 10 dez 2024 (Ecclesia) – O padre Rodrigo Lynce de Faria publicou o livro ‘A Luz do Natal – Jesus vem para nos salvar’, que recolhe artigos escritos e publicados em jornais, com o objetivo de “ajudar as pessoas a preparar bem o Natal”.
“Jesus é a luz porque sem ele as pessoas podem procurar a felicidade no momento presente, mas esquecem do sentido que tem a sua vida, para onde é que nós caminhamos. Jesus vem ao mundo, é interessante porque a luz está ali no presépio, recomendo que façam um presépio, e, sobretudo, não esqueçam que o Papa diz, na carta sobre o presépio, que foi feito para rezar, não foi feito simplesmente para decorar alguma parte da casa”, disse o sacerdote da Prelatura do Opus Dei, em entrevista à Agência ECCLESIA.
O autor explica que quando se olha para o presépio o sinal que se encontra “é o mesmo sinal que encontraram os pastores”, como anunciaram os anjos, “um menino recém-nascido, envolto em panos e deitado numa manjedoura”.
“Quando os pastores chegam lá veem o sinal, mas não veem nada de extraordinário. Veem um homem, uma mulher, uma criança que acaba de nascer, envolta em panos e deitada numa manjedoura. Então, esse sinal, essa luz, continua a ser atual”, desenvolveu o sacerdote, que escreveu os artigos a olhar “para o presépio e tirando algumas ideias”.
O professor de Teologia Moral e Teologia Espiritual realçou que se os pastores tivessem olhado para a cena do presépio só com uma lógica humana, “teriam dito, isto não pode ser o Salvador do Mundo”, não pode nascer numa gruta, numa situação tão pobre”, e essa humildade, “é a virtude mais necessária para aproximar de Deus no Natal”.
“Jesus Cristo é, isto é um dado científico, a pessoa mais influente da história da humanidade, claro, o dado religioso só pela fé é que eu cheguei lá. E ele não foi um grande general, um grande presidente da República, um grande rei, foi um carpinteiro, que nasceu num momento determinado, mas teve uma influência enorme na história da humanidade. Por isso, eu posso dizer que a luz que o mundo espera está precisamente ali, no presépio”, acrescentou.
O padre Rodrigo Lynce de Faria destaca várias atitudes a ter quando se contempla o presépio, que podem ser cultivadas no dia-a-dia, para além da humildade, e “a primeira atitude é a admiração, como é possível que ali esteja Deus”, para isso, “tem de haver silêncio”, para rezar e contemplar, “alegria, evidentemente”, na noite de Natal “Maria e José tinham todos os motivos para estar desanimados, tudo correu mal do ponto de vista humano”, “nenhuma mãe sonha que o seu filho nasça de um curral”.
Segundo o entrevistado, há uma ‘ternura revolucionária do Natal’, “que surge precisamente quando há esse olhar contemplativo e não consumista”, e salienta que o Papa Francisco insiste muito nisto, “sempre que se aproxima o Natal”, e já na encíclica ‘Laudato Si’, alerta para a necessidade de ter “um olhar contemplativo para aquilo que circula, não é só em relação às coisas, também em relação às pessoas”.
O Natal pode ser, na família cristã, um motivo de grande alegria, mas pode ser o inferno. Porquê? Porque se cada um lá em casa está a pensar em si. No Presépio, vemos que eles estão contentes precisamente porque nenhum Deus está a pensar nele: José está a pensar em Jesus e Maria. Maria está a pensar em José e Jesus. E depois pensa também nos pastores que acabam de chegar.”
Com vários artigos onde a temática da esperança está presente, e nas vésperas de começar o Ano Santo 2025, o Jubileu da Esperança, o padre Rodrigo Lynce de Faria destaca que “uma pessoa pode viver sem fé, mas ninguém pode viver sem esperança”, que “é fundamental para caminhar para a frente, para libertar daquilo que não faz bem”, e, na preparação para o Natal, “é uma ótima ocasião para deixarmos os ressentimentos aos pés do Menino Jesus”.
CB/OC