Moçambique: Presidente da República Portuguesa recebeu organizações empenhadas na defesa de Cabo Delgado

Marcelo Rebelo de Sousa mostrou-se sensível às preocupações do movimento

Foto: Presidência da República/Rui Ochoa

Lisboa, 09 jul 2021 (Ecclesia) – Seis representes do Movimento por Cabo Delgado foram recebidos esta quinta-feira pelo presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, para debater a situação na província moçambicana.

“O presidente da República mostrou-se sensível às questões apresentadas e reconheceu a importância do trabalho que tem vindo a ser realizado pelas várias organizações que compõem o Movimento por Cabo Delgado, nomeadamente no esforço do encaminhamento de ajuda humanitária para Moçambique”, refere um comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA pelas instituições.

O Movimento por Cabo Delgado integra um conjunto de organizações da sociedade civil portuguesa que procuram trabalhar na defesa das populações deste território moçambicano, vítimas de violência de grupos armados desde 2017, através da promoção dos direitos humanos, da ajuda humanitária e de emergência e também da educação e cooperação para o desenvolvimento.

Foto: Presidência da República/Rui Ochoa

O comunicado destaca que o encontro com o presidente da República foi o “culminar de um conjunto de reuniões já realizadas com eurodeputados, grupos parlamentares da Assembleia da República e membros do Governo”.

O grupo de representantes manteve ainda um encontro com o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Francisco André, que esteve recentemente de visita a Moçambique, concretamente, a Cabo Delgado.

Na reunião estiveram presentes representantes da Cáritas Portuguesa, Comissão Nacional de Justiça e Paz, Fundação Fé e Cooperação, Fundação Gonçalo da Silveira, Fundação Ajuda à Igreja que Sofre e Rosto Solidário.

A Presidência da República realça, numa nota publicada online, que estes elementos representam “um conjunto alargado de mais de quatro dezenas de organizações da sociedade civil portuguesa, que prestam apoio no terreno e pretendem uma maior mobilização e sensibilização dos portugueses na ajuda humanitária às populações deslocadas de Cabo Delgado em Moçambique”.

O Movimento por Cabo Delgado tem procurado alertar para a situação de emergência que se vive procurando manter o foco na “ajuda humanitária”, uma vez que “existem cerca de 800 mil deslocados” na região de Cabo Delgado e “mais de duas mil pessoas foram mortas nos últimos três anos”.

Os deslocados vivem em situações “de grande precariedade” e “cerca de 43% destes deslocados são crianças”, alertou recentemente Ana Patrícia Fonseca da Fundação Fé e Cooperação.

Apesar do “esforço grande” das instituições, os recursos “são insuficientes” porque faltam “muitos” bens de primeira necessidade, lamenta.

No último mês de maio, mais de 30 organizações da sociedade civil portuguesa, entre elas várias instituições católicas, reforçaram o seu apelo ao Governo português, à União Europeia e às Nações Unidas pelo “envio urgente de ajuda humanitária” para Cabo Delgado, em Moçambique.

Desde 2017, a população de Cabo Delgado “é vítima de violentos ataques”, que causaram muitos milhares de deslocados internos, “numa catástrofe humanitária sem precedentes na região”.

HM/OC/LS

Notícia atualizada às 15h11

Moçambique: Organizações da sociedade civil querem manter atenção sobre «emergência» em Cabo Delgado

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