No sul e no centro norte da Somália foram registados dezenas de milhares de desalojados e mais de 3.000 casos de disenteria e cólera em poucos dias. Foi especialmente atingida toda a área da capital, Mogadíscio, até o Sul em direcção ao Baixo Shebele. “Hoje, o acesso humanitário a algumas regiões está praticamente fechado e é indispensável restabelecê-lo com urgência, para levar ajuda às populações que estão no limite de sobrevivência”, explicam os agentes humanitários das ONG que deram início à coordenação humanitária “Itália Ajuda”. “É fundamental criar um corredor humanitário que nos permita chegar aos desalojados antes que a emergência produza danos piores”. As notícias que chegam da Somália são a cada dia mais dramáticas. Já são mais de 250 mil as pessoas que fugiram da capital ou foram obrigadas a deslocar-se para o interior. A cidade de Merka, ao sul de Mogadíscio, viu duplicar a própria população com a chegada dos desalojados. O mesmo acontece em Jowhar, Baidoa, Balad, Afgoi e outros centros das regiões meridionais que se encontram nas mesmas condições. Para piorar a situação ocorre, entre outras coisas, uma grande epidemia que provocou muitas vítimas entre crianças e também o início da nova estação de chuvas. Mesmo os agentes humanitários que trabalham nos hospitais e nas regiões de El Der e Harardrere lançam um alerta humanitário: a população se multiplica a cada dia e faltam medicamentos e gêneros de primeira necessidade para atendê-la. Os dados recolhidos nas instituições de saúde de Merka e da região indicam que o número de pacientes duplicou, com mais de 3 mil novos casos de suspeita de cólera. São necessários medicamentos e géneros de primeira necessidade de todos os tipos. Já em 2006, a extrema seca, seguida de chuvas repentinas e inundações, atingiu o sul do país, destruindo as principais colheitas e causando a morte de milhares de animais. A perda para a população foi grave, uma vez que a precária economia da região se baseia na agricultura e na pecuária. Apenas no Baixo Shebele, mais de 3 mil famílias (pelo menos 15 mil pessoas) mudaram-se para os grandes centros de Merka, Brava, Qorioley e Afgoye à procura de alimento e hospitalidade. Com Agência Fides