Media: Comunicação Social e Igreja «têm» de «defender valores» e os sem voz, indica diretor do «Diário dos Açores»

Jornadas Diocesanas de Comunicação decorrem em Angra

Angra do Heroísmo, Açores, 04 nov 2016 (Ecclesia) – O diretor do ‘Diário dos Açores’ referiu hoje que os jornalistas têm de assumir-se “cada vez mais” como “defensores de causas”, na primeira mesa-redonda das Jornadas de Comunicação Social da Diocese de Angra.

“O novo jornalismo deverá abandonar a sua tradicional imparcialidade e comprometer-se com causas, defendendo valores que nos permitam defender a humanidade”, disse Osvaldo Cabral.

O jornalista, que considera que a Comunicação Social “tem de estar na linha da frente lutando pelos mais fracos”, participou na mesa-redonda sobre o ‘Papel informativo e formativo da Comunicação Social na construção de uma Sociedade com valores’.

Para o diretor do ‘Diário dos Açores’, tanto a Comunicação Social como a Igreja “têm” de estar na “linha da frente na defesa de valores, na defesa dos que não têm voz” e, por isso, não se podem “conformar”.

Neste contexto, explicou que “seriedade e profundidade” são “dois valores inalienáveis” do jornalismo açoriano que sempre se bateu por causas e sempre teve esta tónica de serviço público”.

Quanto à Igreja Católica, Osvaldo Cabral desafiou a não ficar “obcecada pela propriedade dos órgãos de Comunicação Social”.

“Mais importante do que ter títulos católicos é ter católicos na imprensa e, sobretudo, saber comunicar”, analisou.

A primeira mesa-redonda das Jornadas Diocesanas de Comunicação Social contou ainda com a jornalista Marta Silva (RTP) e Rui Gonçalves (Incentivo).

Segundo o sítio informativo ‘Igreja Açores’, os dois intervenientes referiram-se, sobretudo, às questões do jornalismo de proximidade, como a excessiva exposição a fontes e o escrutínio permanente dessas fontes.

A jornalista da delegação na Ilha Terceira, da RTP Açores, à dificuldade de fazer jornalismo de investigação destacou o “poder efetivo” de dar voz a quem não a tem.

Por sua vez, Rui Gonçalves sublinhou a importância do jornal dentro da ilha como instrumento de informação da família: “Quem assina o seu jornal, entende-o como sendo quase uma extensão da sua casa”.

A segunda mesa-redonda das Jornadas de Comunicação Social esta tarde tem como tema ‘Informação: uma ponte para a inclusão ou para a exclusão’, com os assessores de imprensa Pedro Ferreira e Paulo Barcelos e o jornalista e investigador Armando Mendes.

Depois, o professor de Filosofia Viriato Soromenho-Marques, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, ainda vai apresentar a conferência – ‘Habitar a Terra em Conjunto: Um Dever e uma Tarefa Inadiáveis’ – às 16h30.

As segundas Jornadas Diocesanas de Comunicação, nos Açores, terminam com a intervenção do bispo de Angra, D. João Lavrador.

O encontro começou com a intervenção do diretor do Serviço Diocesano da Pastoral das Comunicações Sociais, o cónego Ricardo Henriques, e a conferência de Manuel Pinto, professor de Ciências da Comunicação, da Universidade do Minho.

CB/OC

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