Lisboa 2023: Cristãos, muçulmanos, mórmons e outras comunidades religiosas cantam a paz na JMJ

Projeto foi apresentado na sede da jornada e vai fazer parte do Festival da Juventude

Foto Alberto Conceição/JMJ Lisboa 2023

Lisboa, 11 mai (Ecclesia) – O projeto Canto pela Paz foi apresentado na sede da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, contando com a presença de várias confissões e comunidades religiosas, que apelaram à convivência entre os povos em mensagens partilhadas através da música.

Para o coordenador do projeto Canto pela Paz, o objetivo é dar voz “às crianças e aos jovens para dizer ao mundo que a paz é necessária e é possível” e afirmar que todos têm de ser “construtores da paz”.

“Muitas vezes a religião é um fator de desestabilização, de guerra, de ódio etc. E não pode ser. Em todas as religiões há sempre uma palavra de paz, uma vontade de paz. Como é que a religião pode ser uma razão de conflito?”, questionou Filipe Dias.

Em declarações à Agência ECCLESIA, o coordenador do projeto Canto pela Paz valorizou a música como “linguagem universal” da paz, lembrando que “todas as religiões, toda a gente, canta ou gosta de cantar ou gosta de ouvir” porque é “linguagem que cativa”.

“Como fazer a paz com um mundo que não nos houve, que os adultos têm dificuldade em entender que a paz é necessária, que é possível? Parece que não estão a ouvir este grito das crianças que querem paz e precisam de viver em paz”, afirmou.

A apresentação do projeto Canto pela Paz contou com a presença da Comunidade Hindu, que apresentou uma dança, e de música apresentada pelo Choral Phydellius e por elementos da Comunidade Mormón, e da Aliança Evangélica, Comunidade Sunita e Comunidade Ismaelita.

Para o padre Peter Stilwell, que coordena as atividades relacionadas com o diálogo inter-religioso na JMJ Lisboa 2023, “a música é um meio que atravessa as culturas” e os diferentes sons, sensibilidades e harmonias são sempre “educativos” e ajudam a “perceber que para lá das diferenças de religião, de raça e de cultura”, todas as pessoas fazem parte da “mesma humanidade” e de um mundo “onde a harmonia é possível”.

Questionado sobre as atividades e os projetos de caracter inter-religioso que vão marcar a JMJ Lisboa 2023, o padre Peter Stilwell referiu que a comunidade de Taizé vai estar na igreja de São Domingos, a comunidade Chemin Neuf na Basílica da Estrela, a Comunidade Anglicana vai abrir a sua igreja e a Comunidade Lusitana a sua catedral, de São Paulo.

“Depois temos um roteiro para aqueles que quiserem seguir para conhecerem a Mesquita Central de Lisboa, a Sinagoga de Lisboa, o Templo Hindu, o Centro Ismaili, para além de conhecerem algumas igrejas e locais em Lisboa que recordam o diálogo, ao longo dos séculos, de que Portugal foi palco entre culturas e religiões diferentes”, afirmou.

No fim da apresentação, os coordenadores do projeto afirmaram que o Canto pela Paz vai ser apresentado no Festival da Juventude da JMJ Lisboa 2023 no dia 1 de agosto, às 14h00.

PR

 

 

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