Israel/Palestina: Secretário de Estado do Vaticano insiste em «cessar-fogo, quanto antes»

Cardeal Pietro Parolin enviou mensagem à quarta edição dos «Diálogos de Mafra»

Mafra, 02 fev 2024 (Ecclesia) – O secretário de Estado do Vaticano insistiu na necessidade de um “cessar-fogo, quanto antes” entre Israel e Palestina, numa mensagem lida hoje na abertura da quarta edição dos ‘Diálogos de Mafra’.

“As perspetivas de paz no contexto da guerra em curso na Palestina e em Israel estão debilitadas e fortemente ligadas às negociações em curso. A Santa Sé insiste num cessar-fogo quanto antes, para que a população de Gaza receba a ajuda humanitária de que urgentemente necessita e os reféns israelitas, capturados no abominável ataque de 7 de outubro, possam ser libertados imediatamente”, indicou o cardeal Pietro Parolin, numa intervenção enviada à Agência ECCLESIA.

O colaborador do Papa lamenta a falta de “coragem” que, ao longo dos últimos anos, impediu a comunidade internacional de “implementar a solução dos dois Estados que a Santa Sé sempre reiterou, recordando as relevantes resoluções das Nações Unidas”.

“Além disso, Jerusalém, cidade santa não só para os cristãos, mas também para os judeus e muçulmanos, deve ser um lugar de encontro entre as diferentes religiões, protegido por um estatuto especial com garantia internacional”, acrescenta o secretário de Estado do Vaticano.

O cardeal italiano deixa votos de que se “passe do ódio e daquela falsa ideia de vitória, que resulta da aniquilação do inimigo, à verdade, bem mais sensata e bíblica, do diálogo e da paz”.

A quarta edição dos ‘Diálogos de Mafra’ decorre entre hoje e amanhã, na cidade portuguesa, com organização do Instituto para a Promoção da América Latina e Caraíbas (IPDAL).

D. Pietro Parolin cita, no seu discurso, o objetivo específico desta edição – “ajudar os políticos e a opinião pública portuguesa a compreender o valor da diplomacia da paz e da prevenção de conflitos como instrumentos fundamentais para a defesa da democracia e dos direitos humanos” –, tendo abordado ainda as tensões no Oceano Índico e no Mar do Sul da China, as soluções a nível local para desafios globais e alguns casos bem-sucedidos de diálogo inter-religioso em África.

“Para alcançar a paz, não basta eliminar os instrumentos bélicos e promover um sistema de segurança internacional; é necessário erradicar as causas profundas das guerras”, apelou.

Evocando a JMJ 2023, que decorreu em Lisboa, no último mês de agosto, o colaborador do Papa considerou “importante que as gerações mais jovens sintam a responsabilidade do seu contributo para a construção do bem comum, através da sua participação ativa, livre e consciente nos processos eleitorais”.

OC

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