Imaculada Conceição: Arcebispo de Évora denuncia «injustiças, corrupções e violências» do mundo contemporâneo

D. Francisco Senra Coelho presidiu à Missa no Santuário de Vila Viçosa, apelando à «edificação de pontes»

Foto: Arquidiocese de Évora

Vila Viçosa, 08 dez 2024 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora presidiu hoje à Missa da solenidade da Imaculada Conceição, no Santuário de Viça Viçosa, onde denunciou a violência e a discriminação no mundo contemporâneo, apelando ao acolhimento dos migrante e à “edificação de pontes”.

“Celebrar hoje esta solenidade neste berço mariano de Portugal, no sagrado recinto da padroeira da nossa nação, é um eco da vitória da liberdade do bem sobre a opressão do mal; é responder em santidade, a exemplo de Maria, às injustiças, corrupções e violências do mundo caótico e afastado de Deus que hoje nos oprime, interroga e, por vezes, assusta”, referiu D. Francisco Senra Coelho, na homilia da celebração, enviada à Agência ECCLESIA.

O responsável católico recordou as palavras do Papa Francisco, na homilia do 13 de maio de 2017, por ocasião do centenário das Aparições: “Temos Mãe, temos Mãe, temos Mãe!”.

“Não tememos os irmãos vindos de longe, marcados pela diferença, mas percebemos que é tempo de construir a casa comum para a família humana que Deus ama, a quem ofereceu o seu Filho e deu uma Mãe”, observou D. Francisco Senra Coelho.

O arcebispo apelou à oração “pelo fim das guerras e pela vitória da paz, pelo fim do medo e dos campos de refugiados e pela queda de muros e edificação de pontes”.

A Imaculada Conceição é evocada como padroeira de Portugal após D. João IV ter coroado a da Imagem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa como Rainha e Padroeira de Portugal, durante as cortes de 1646; antes, em 1385, quando as tropas comandadas por D. Nuno Alvares Pereira derrotaram o exército castelhano e os seus aliados, na batalha de Aljubarrota, o Santo Condestável fundou a igreja de Nossa Senhora do Castelo, em Vila Viçosa e fez consagrar aquele templo a Nossa Senhora da Conceição.

Foto: Agência ECCLESIA/HM

D. Francisco Senra Coelho convidou os participantes a refletir sobre “as maravilhas de Deus realizadas de um modo particular e profundo na história da salvação”.

“A humanidade é, e será sempre, o centro das atenções de Deus. O seu projeto criador está condicionado à fiel resposta dos homens ao seu apelo de amor. O Bom-Deus, fonte terna de paz e de amor, promete, deste modo, uma união eterna junto dele, garantindo a felicidade sem limites que somente Ele pode conceder”, observou.

O arcebispo de Évora falou de uma “preocupação afetiva, carinhosa e paternal de Deus para com o destino da humanidade, por Ele mesmo criada

A homilia começou por refletir sobre a passagem do livro do Génesis, o primeiro da Bíblia, em que Deus interroga Adão e Eva.

“O orgulho e a soberba falam mais alto em nós, e endurecem os ouvidos do coração às palavras misericordiosas de Deus, ansioso por se reconciliar connosco. A consequência do pecado é fundamentalmente o rompimento dos laços da alegria, do amor e do perdão desde sempre desejados pelo Criador”, indicou o presidente da celebração.

O arcebispo de Évora apresentou depois a figura da Virgem Maria, que “jamais recusa a presença de Deus na sua vida e nos seus desígnios, submetendo-se a Ele num vínculo eterno que desvela um coração puro e dócil”.

O dogma da Imaculada Conceição de Maria foi proclamado a 8 de dezembro de 1854, através da bula ‘Ineffabilis Deus’, a qual declara a santidade da Virgem Santa Maria desde o primeiro momento da sua existência, sendo preservada do pecado original.

OC

Especial: Vila Viçosa, a fé e a História

 

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